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Brasil passa de 47 mil casos de covid-19 em um dia e já soma 3,7 milhões de contaminados

Casos de covid-19 no Brasil em 24 horas têm incidência superior à média das últimas duas semanas. País tem 116.580 mortes e, ainda, subnotificação

Ingrid Anne/Fotos Públicas
Ingrid Anne/Fotos Públicas
Deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC):“Com a pandemia, percebemos ainda mais a importância do conjunto de homens e mulheres que representam 70% dos trabalhadores da área da saúde”

São Paulo – O país registra, novamente, mais de mil mortes em 24 horas por covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. No último período, foram 1.271 vítimas, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com o acréscimo, o país chega à marca de 116.580 mortos desde o início do surto, em março. Já o número de casos de covid-19 no Brasil teve o expressivo aumento de 47.134 novos infectados de ontem para hoje. O avanço do contágio está acima da média registrada na última semana, de 37.800 ao dia, também superior à da semana anterior, de 43.500. Ainda não é possível prever se a média da semana epidemiológica em curso vai confirmar tendência de queda na aceleração do número de casos, verificada nas últimas quatro semanas.

Números da pandemia no Brasil, de acordo com o Conass

Subnotificação de casos de covid-19

A tendência de redução na velocidade da pandemia no Brasil foi admitida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entretanto, o alerta dos cientistas é por cautela, já que o país segue como epicentro da pandemia no mundo, posto que ocupa há 11 semanas, com média superior a mil mortes diárias. E o comportamento brasileiro perante os riscos de avanços dos casos de covid-19 no Brasil fundamenta a preocupação dos cientistas.

No final de junho, a OMS havia apontado para uma possibilidade de redução na velocidade de disseminação do vírus no país. Afirmações de diretores da OMS chegaram a ser usadas por governadores e prefeitos para suspenderem, em massa, as já frágeis medidas de isolamento social. Desde então, a pandemia apresentou novo crescimento e novos picos de casos de covid-19. Sete em cada dez mortes pela doença no Brasil aconteceram após o início de julho.

A curva epidemiológica relativa às mortes também não inspira confiança na retração. O que o país vê, na verdade, não aponta para a redução. Ao contrário, os primeiros locais mais afetados do país, notadamente São Paulo e Amazonas, voltaram a apresentar tendência de subida nas mortes, embora número de casos siga em retração. Cientistas temem pela chegada de uma segunda onda, já que o isolamento social já foi praticamente abandonado pelo poder público.

Outro fato que inspira máximo cuidado é a subnotificação. O país é um dos que menos testa no mundo. Apenas 6% da população já passou por algum exame do tipo. A subnotificação de casos de covid-19 no Brasil é ainda mais intensa em cidades distantes dos grandes centros urbanos, que possuem menos capacidade de medicina diagnóstica. O fato se agrava, já que a covid-19 passa por um processo de contágio mais intenso no interior do país.

Curva epidemiológica de casos mostra tendência de queda; já curva de mortos segue em estabilidade


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