"E daí?"

No dia em que Bolsonaro anuncia contágio, Brasil tem 45.305 novos casos de covid-19

Brasil chega a 66.741 mortos pela covid-19. Mesmo infectado, Bolsonaro segue minimizando a pandemia, que segue em crescimento

PR/secom
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"Chega de frescura e mimimi. Vão ficar chorando até quando?" Isso foi o que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse sobre a covid-19 após o dia com mais mortos (1.910) desde o início da pandemia

São Paulo – O Brasil volta a registrar elevação no número de casos e mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram 1.254 vítimas, além de 45.305 novos doentes. Com os acréscimos, já são 66.741 brasileiros mortos pela doença e 1.688.589 infectados. Os dados são do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass,.

Após semanas sucessivas em que as notícias sobre Jair Bolsonaro envolveram escândalos de corrupção e desmando em seu governo e sua família, o presidente volta a dar atenção para a pandemia. Isso porque nesta terça-feira (7) ele anunciou estar com a doença, após meses afirmando, repetidamente, que a covid-19 não passava de “uma gripezinha”, entre outras falas desligadas da realidade e cruéis.

Mesmo infectado, a postura de Bolsonaro segue sem alteração. Ao convocar parte da imprensa para se declarar contaminado, Bolsonaro chegou a tirar a máscara em frente aos jornalistas. Diante da ação, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse que o presidente “agiu de forma criminosa” contra os repórteres.

Dados diários informados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)

Descontrole

O Brasil segue como epicentro da doença no mundo e lidera o número de casos e mortos diários há mais de um mês. Nos números globais, o país só é menos afetado do que os Estados Unidos. Entretanto, o país norte-americano testa muito mais, o que leva a uma maior precisão nos diagnósticos. De fato, cientistas alertam que o Brasil é um dos países que menos testa casos suspeitos no mundo.

Mesmo diante do cenário ameaçador, o Brasil segue desde 15 de maio sem ministro da Saúde. Atualmente, a pasta é controlada de forma interina por um militar que nunca atuou na área da saúde, o general Eduardo Pazuello. Antes dele, Bolsonaro demitiu dois ministros, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O primeiro, por defender o isolamento social, e o segundo, por discordar do “milagre” da cloroquina.