morticínio

Brasil registra mais 1.367 mortos em 24 horas e passa de 81 mil vítimas da covid-19

Número de novos casos de covid-19 em 24 horas passa de 41 mil e mostra que pandemia segue sem nenhum controle pelo governo Bolsonaro

Andréa Rêgo Barros/PCR
Andréa Rêgo Barros/PCR
O Brasil é o segundo país com maior número de mortos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Já em relação ao número de doentes, a Índia ultrapassou o país latino na última semana

São Paulo – O Brasil voltou a registrar um número de mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, acima de 1.300 em um período de 24 horas – uma média aproximada de um brasileiro morto pela infecção a cada minuto. Nas últimas 24 horas, foram oficialmente registradas 1.367 novas vítimas. Agora, são 81.487 vidas perdidas desde o início da pandemia, em março.

O número de infectados no período também foi expressivo: 41.008 novos doentes, o que mostra que a curva de contágio segue em alta. Desde o início do surto, 2.159.654 pessoas foram contaminadas pelo coronavírus. Os números desta terça-feira (21) foram apresentados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

De acordo com todos os estudos que fornecem informações para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o epicentro da doença há mais de um mês. Há quase 20 dias, o Brasil lidera o número diário de mortes, com média acima da casa do milhar.

O Brasil é o segundo país mais afetado pelo vírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, aqui a subnotificação é mais acentuada. Enquanto os Estados Unidos testam em média mais de 100 pessoas para cada caso positivo detectado, esta taxa no Brasil gira em torno de quatro testes negativos para cada positivo.

No contexto local, o Brasil é o pior exemplo do continente. Em números oficiais, conservadores, o país tem mais que o dobro das mortes do que os 11 países da América do Sul. O conjunto das demais nações do continuente tem cerca de 40 mil mortos.

Morte naturalizada

Enquanto a pandemia deixa seu rastro traumático nas famílias brasileiras, o número elevado de mortes parece não sensibilizar as autoridades. Ao contrário, o morticínio parece naturalizado. Governadores e prefeitos seguem afrouxando as medidas de isolamento social, que nunca chegaram a ser rigorosas.

Já o governo federal segue “fortalecendo o vírus”. Ao ignorar a comunidade médica internacional, o presidente Jair Bolsonaro tenta – sem conseguir – minimizar a tragédia provocada por sua inépcia para lidar com a pandemia. Também segue em sua saga “messiânica” na defesa da cloroquina (e seu composto, a hidroxicloroquina). O medicamento já foi atestado pela ciência como ineficiente no tratamento da covid-19.

Covid-19 por estado

São Paulo segue como epicentro da pandemia. Mesmo assim, o governador João Doria (PSDB) continua impondo sua lógica de flexibilização em diversos campos. O estado tem 422.699 infectados desde março, e 20.171 mortos. Na sequência vem o Ceará, com 148.986 infectados e 7.284 mortos. O Ceará tem menos mortos do que o Rio de Janeiro – entretanto, testa muito mais pessoas. Os fluminenses têm 12.293 mortos e 145.121 infectados.

Estados mais afetados pela covid-19 no Brasil, de acordo com o Conass


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