Pandemia

Coronavírus: estados têm dificuldade de controle e epidemia acelera em direção ao interior

De acordo com infectologista Marcos Caseiro, há cidades com sinais de estabilização da doença. Mas, a nível do país, aceleração ainda acontece porque a Covid-19 está se interiorizando

Rovena Rosa/EBC
Rovena Rosa/EBC
Nas últimas 24 horas, país registrou 16.851 novos casos da Covid-19 e mais 601 vidas perdidas

São Paulo – O Brasil atingiu neste domingo (21) um total de 50.659 mortes pelo coronavírus, de acordo com levantamento do consórcio de veículos de comunicação. Segundo o levantamento, 601 óbitos foram registrados entre sábado  e domingo. Ao todo, há no país 1.086.990 casos confirmados da covid-19. Entre eles, 16.851 foram contabilizados nas últimas 24 horas.

A trágica marca de 50 mil vidas perdidas já havia sido ultrapassada pelo país no sábado. O Ministério da Saúde, no entanto, só cravou o dado no domingo. Diferente do balanço dos jornais, que apuram diretamente com as secretarias estaduais de Saúde, a pasta aponta para 17.459 novos casos e 641 novas mortes. São 1.085.038 registros da doença, com um total de 50.617 óbitos.

A curva ainda é alta, como adverte o médico infectologista Marcos Caseiro. Em entrevista ao programa Brasil TVT deste domingo, o especialista avalia que em algumas cidades a situação da covid-19 pode se agravar, porque a doença ainda está avançando pelo interior do país. “Em algumas cidades realmente você vê uma certa estabilização. Mas o que você tem, no nível do país, é uma aceleração da epidemia porque ela está se interiorizando”, afirma. 

A tendência de alta acontece no Espírito Santo e Paraíba. Nos demais estados, de acordo com o jornal El País, há sinais de estabilidade que ainda precisam ser confirmados ao longo das próximas semanas. O risco é que esse cenário mude a qualquer momento, principalmente por conta da flexibilização prematura em algumas capitais e com avanço da covid-19. 

“O que começou a acontecer no nosso país é que ela (doença) vagarosamente foi se interiorizando. O que torna muito mais complicado o controle num país com as dimensões do nosso. Em cidades cuja a condição de assistência é com poucos recursos para esse tipo de paciente que necessita de uma abordagem muito mais adequada de UTI”, explica o infectologista. 

A imprevisibilidade se acentua diante da chegada no inverno, de acordo com Caseiro. Principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde a temporada costuma ser mais rigorosa, aumentando o risco de doenças respiratórias como a Influenza, a gripe. “Na verdade, quando a gente observa os dados de notificação da chamada Síndrome Respiratória Grave, aumentou de uma forma impressionante. Isso não se justifica, porque nós tivemos vacinação. Certamente, esse aumento sem precedente de casos de SRAG que estão imputando a influenza, na verdade são pelo coronavírus. Então na verdade esse número que já é trágico, certamente é muito pior do que esse dado que eles estão mostrando para nós”, contesta o médico infectologista. 

Confira a entrevista na íntegra


Redação: Clara Assunção – Edição: Paulo Donizetti de Souza


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