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Coronavírus avança: mais 824 mortos e 15.305 casos em 24 horas

É o terceiro dia consecutivo com mais de 800 óbitos pela pandemia no país. Total de casos se aproxima dos 220 mil

Andrés Díaz
Andrés Díaz
Quase 70% das mortes pela covid-19 no Brasil ocorreram após a flexibilização das medidas de isolamento social

São Paulo – Pelo terceiro dia consecutivo, o número de óbitos registrados em 24 horas causados pela covid-19 no Brasil passou dos 800, com as 824 vítimas oficialmente registradas nesta sexta-feira (15). A doença causada pelo novo coronavírus segue sua trajetória de crescimento no país – já são 14.817 mortes desde o início da pandemia, em março.

O número de infectados também segue em crescimento. Com 15.305 novos casos registrados no período, o país registra 218.223 doentes, sendo 84.970 curados. O Brasil segue com letalidade próxima a 7%, índice superior à média global. A razão é a baixa disponibilidade de testes no país.

Enquanto o Brasil vê a curva epidemiológica da covid-19 em crescimento, o país vive caos na condução da crise. Desde o início da pandemia, dois ministros da Saúde já deixaram o cargo. Hoje, o até então titular da pasta, Nelson Teich, pediu demissão.

Isso, porque o presidente Jair Bolsonaro segue sua postura de não reconhecer a gravidade da pandemia e combater práticas confirmadas pela ciência como necessárias no combate ao vírus, como o isolamento social. Além disso, Bolsonaro, que não é médico, insiste em “receitar” a cloroquina (e seu composto, a hidroxicloroquina). Além de comprovados efeitos colaterais da substância no sistema cardiovascular, não existe comprovação científica de sua eficácia contra o vírus.

De acordo com entidades acadêmicas da saúde, a subnotificação é realidade no país. A universidade norte-americana Johns Hopkins – referência mundial para informações sobre a pandemia – estima que os infectados no Brasil já passam da marca de 1 milhão. O cenário é confirmado por universidades federais brasileiras, e também pela Fundação Oswaldo Cruz, entidade referência em epidemiologia.

São Paulo segue como epicentro da pandemia no país. São 58.378 casos confirmados no estado, com 4.501 mortos. Na sequência, vêm Rio de Janeiro (19.987 doentes e 2.438 mortos), Ceará (22.490 e 1.476, respectivamente), Amazonas (18.392 e 1.331) e Pernambuco (16.209 doentes e 1.381 óbitos).

A pandemia segue em curva crescente e não existe projeção de quando será o pico. Diante de tal cenário, a orientação da ciência é pelo isolamento social. Esta é a única forma de “achatar” a curva em relação ao tempo, tornando possível a adaptação do sistema de saúde para atender aos doentes mais graves.

Sem medidas de contenção, o coronavírus tende a se disseminar com rapidez, levando o sistema de saúde ao colapso por falta de leitos e equipamentos de segurança. Não existe tratamento com eficácia comprovada nem vacina disponível.


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