Colapso

Isolamento e requisição de leitos privados pelo poder público serão medidas necessárias, diz Padilha

Novo balanço do Ministério da Saúde registrou 1.532 óbitos em decorrência da covid-19

Mário Oliveira – SEMCOM
Mário Oliveira – SEMCOM
Queda contínua nas internações mostra que a vacinação está tendo resultado e reduzindo os casos graves de covid-19

São Paulo – Os números da pandemia do novo coronavírus avançam no Brasil a cada dia. Sem testes, os dados das internações se tornaram o principal medidor do problema. Para o médico, ex-ministro da Saúde e deputado federal (PT-SP), Alexandre Padilha, a falta de preparo do país vai resultar num colapso no sistema de saúde.

Segundo ele, com um aumento de internações e sem notificações de casos oficiais pela falta de testes, o poder público terá que ter novas orientações. “A capacidade das enfermarias e dos leitos públicos será ultrapassada, então duas medidas são necessárias: os gestores públicos vão ter que requisitar os leitos privados, como a Espanha fez, e reforçar as medidas de isolamento social”, afirmou, em entrevista aos jornalistas Glauco Faria e Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual.

O novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (14) registrou 204 mortos nas últimas 24 horas, totalizando 1.532 óbitos em decorrência da covid-19. O número de casos saltou para 25.262.

Na avaliação de Padilha, a única possibilidade de o Brasil ter noção da progressão da pandemia e do grau de isolamento necessário hoje é o dado das internações por síndrome respiratória grave. “Um país que não se preparou para ter testagem em massa, abertura de novas UTIs e equipamentos de proteção aos trabalhadores só vai ter um remédio: a manutenção do isolamento social.”

Congresso Nacional

A Câmara dos Deputados aprovou, na última segunda-feira (13), o projeto de lei de recuperação fiscal dos estados e municípios. A matéria trata de compensação feita pela União para as unidades da federação que perderem arrecadação com ICMS e ISS durante a crise do coronavírus.

“O Congresso está fazendo o que o governo federal não tem feito. Estamos aprovando mais recursos para estados e municípios e mais R$ 2 bilhões para hospitais filantrópicos. Aprovamos também uma medida que permite aos governos municipais e estaduais ultrapassarem o teto fiscal que limita a contratação de profissionais de saúde neste ano”, explica o ex-ministro.

Padilha também critica a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais da saúde que atendem vítimas da covid-19. “Desde janeiro o Brasil já sabia o que era a epidemia de coronavírus e não se preparou. Os trabalhadores da saúde estão expostos, usando uma máscara no plantão inteiro. O Ministério da Saúde não comprou equipamentos, porque o governo menosprezou essa doença. Isso é um passo decisivo para o sistema de saúde entrar em colapso.”

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