Balanço

Em dia de caos no Ministério da Saúde, mortes pelo coronavírus chegam a 1.736

Mesmo com mais de 28.320 contaminados no país, ministério vive conflitos com o presidente Bolsonaro. Secretário chegou a pedir demissão, negada pelo ministro Mandetta

CruzRojaVe
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Corrida global por equipamentos é uma das razões para a manutenção do isolamento social como medida efetiva contra o novo coronavírus

São Paulo – Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil registra oficialmente mais de 200 mortes em menos de 24 horas pela covid-19. Foram 204 óbitos no período, conforme balanço de hoje (15) divulgado pelo Ministério da Saúde. O número de mortos total no país agora é de 1.736, de um total de 28.320 casos, uma escalada de novos 3.500 contaminados. Com a primeira morte registrada em Tocantins, todos as unidades da federação já têm óbitos registrados em consequência do corovírus.

O Brasil vive ainda os estágios iniciais da curva epidemiológica, o que significa que os números tendem a subir em grande intensidade nos próximos dias. Medidas de isolamento social seguem como a melhor estratégia para a contenção da pandemia. Os estudos já apontam para o “adiamento” do ápice dos casos. O pior momento é esperado para a partir do fim deste mês, com algumas variações entre os estados.

Adiar o auge do número de casos simultâneos é importante para que o país tenha tempo hábil para comprar e instalar equipamentos de atendimento à população assim como de proteção para profissionais de saúde.

Epicentro

São Paulo segue como epicentro da pandemia no Brasil. De acordo com levantamento da Secretaria de Saúde, o estado soma nesta quarta-feira 11.043 casos, frente a 9.371 no dia anterior. As mortes saltaram de 695 para 778 em apenas um dia.

Saída do secretário

Com a instabilidade do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que está em conflito com o presidente Jair Bolsonaro, o secretário Wanderson Kleber de Oliveira chegou a pedir demissão. O ministro reconheceu que recebeu o pedido, mas negou. “Chegou o pedido pra sair e eu disse que não aceito! Vamos continuar juntos e sairemos juntos”, disse Mandetta.

Mandetta defende o isolamento social e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto Bolsonaro ridiculariza a pandemia e a doença, mostrando-se a favor de que os brasileiros deixem a quarentena.

Números completos