Contra a barbárie e a morte

Conselho de Saúde classifica ações de Bolsonaro como ‘criminosas e genocidas’ e convoca instituições a agir

Conselho quer pressão sobre Congresso e STF pela revogação da EC 95, que já tirou R$ 22 bi do SUS, e recursos adicionais urgentes para enfrentar a covid-19

Mário Oliveira/Prefeitura de Manaus
Mário Oliveira/Prefeitura de Manaus
Desde a primeira semana de abril, o Brasil registra uma queda no número semanal de mortes. São quatro semanas de recuo. Já o número de casos começa a seguir o caminho oposto

São Paulo – O Conselho Nacional de Saúde (CNS) divulgou hoje (29) carta aberta convocando as instituições brasileiras a empreender esforços para garantir meios de defender a saúde da população brasileira em meio ao avanço da epidemia de covid-19. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de mortes causadas pela covid-19 chegou a 5.466 e os casos confirmados, a 78.162.

Instância colegiada e deliberativa, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, o CNS fez duras críticas ao governo Bolsonaro, que ontem desprezou mortos e doentes de covid-19. Chamou suas atitudes de “irresponsáveis, criminosas e genocidas”, que terão como desfecho seu impeachment.

O conselho destacou a falta de transparência das informações diante do colapso da oferta de leitos do SUS – o governo só entregou 350 dos 2 mil leitos novos de UTI prometidos para enfrentar a doença – e do próprio sistema de sepultamentos, dos quais o “ministro da Saúde Nelson Teich não pode se omitir”.

E ressaltou a política desastrosa de Paulo Guedes, que estrangula a destinação de verbas e inviabiliza o isolamento social das famílias brasileiras, em um artifício irresponsável e obscuro para uma falsa dicotomia entre saúde e economia.

Intensificar a pressão

O CNS convoca o Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e todas as entidades do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira para intensificar a pressão sobre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) para, entre outras pautas, revogar, urgente e permanentemente, a Emenda Constitucional (EC) 95 e providenciar a imediata aplicação de novos recursos no SUS, com aprovação de piso emergencial em 2021.

Clique aqui para ler a íntegra da carta


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