Fora o resto

Casos de coronavírus neste 11 de abril: 20,7 mil doentes e 1.124 mortes

São Paulo – O número de casos de coronavírus neste sábado (11) chegou a 20.727 confirmações oficiais, segundo o Ministério da Saúde. O dia apresentou um aumento de 68 mortes, […]

Reprodução
Reprodução

São Paulo – O número de casos de coronavírus neste sábado (11) chegou a 20.727 confirmações oficiais, segundo o Ministério da Saúde. O dia apresentou um aumento de 68 mortes, elevando o total de óbitos admitidos pelo sistema de saúde para 1.124.

Existem ainda mais de 20 mil testes sem resposta e o nível de subnotificações segue limitando a tomada de atitudes por parte de autoridades. Por outro lado, dificulta a conscientização das população em fazer sua parte para que o isolamento social seja mais efetivo.

Os casos confirmados em São Paulo chegam a 8.419, com 560 mortes. Em seguida, vêm Rio de Janeiro (2.607 casos e 155 óbitos), Ceará (1.582 e 67), Amazonas (1.050 e 53), Pernambuco (816 e 72) e Minas Gerais (750 e 17).

Esfregando na cara

De ontem (10) para hoje, o presidente Jair Bolsonaro descumpriu duas vezes as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de seu próprio ministro da área.

Bolsonaro passeou por quadra comercial na sexta-feira, esfregou o nariz típico de “resfriadinho” e segundos depois cumprimentou um apoiador que se aglomerava ao lado de outros tantos, sem guardar muitos centímetros uns dos outros. Neste sábado, ele voltou à rua, desta vez para visitar obras de um hospital de campanha na região conhecida como Entorno do Distrito Federal, já em território goiano.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o ministro Luiz Henrique Mandetta reprovaram publicamente, porém com discrição, o gesto incorreto do presidente da República.

Os muitos atos de Bolsonaro, já enquadrados por gente do ramo tanto como crimes de responsabilidade como crimes comuns, levaram a organização internacional Humans Rights Watch (HRW) a considerar o presidente do Brasil um estorvo ao combate à covid-19. A HRW monitora violações de direitos humanos ao redor do mundo, inclusive o direito humano à proteção da vida, algo que vem sendo sistematicamente pelo chefe de Estado.

Porém, o ministro Mandetta, cuja demissão foi supostamente cogitada, tirou o pé do rigor com que defendia o isolamento social como único meio de conter a aceleração da pandemia de coronavírus.

Responsabilizar governos

A forma displicente como a pandemia de coronavírus vem sendo combatida por autoridades governamentais, em maior ou menor grau conforme o estado ou município, além do governo central, ocasionou mais uma manifestação do Ministério Público Federal (MPF).

Nota pública divulgada neste sábado pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), ligada ao MPF, alerta que gestores de todo o país que decidirem flexibilizar medidas de distanciamento social deverão assegurar providências para as consequências. Isso significa garantir um sistema de saúde dotado de respiradores, equipamentos de proteção individual, testes laboratoriais, leitos de UTI e capacidade de internação para absorver o eventual impacto do aumento de número de casos de covid-19.

A nota pública é assinada pela procuradora chefe da PFDC, Déborah Duprat, e seu adjunto, Marlon Alberto Weichert. O documento tem a finalidade de forçar autoridades a assumir consequências pela redução dos esforços de conscientizar a população da necessidade de se evitar contato social.

“No Brasil, a decisão de manter, ou não, aberto o comércio e a atividade econômica em geral pode significar uma diferença de mais de um milhão de vidas. A simples mitigação do esforço de quarentena social pode produzir catastróficos impactos em relação à estratégia de supressão do contato social, tal como mais 90 milhões de brasileiros infectados em até 250 dias, 280 mil cidadãos mortos e 2 milhões de internações”, aponta a Procuradoria.

O problema é que os poderes Judiciário e Legislativo ainda assistem passivamente aos atos de improbidade de Bolsonaro, que incentiva seguidores e demais desinformados a desdenhar da gravidade de uma pandemia que ainda mal começou a se alastrar e já matou mais de 100 mil pessoas no mundo. Se falta coragem para responsabilizar o presidente, haverá para os que vêm nas esferas abaixo dele?


Leia também


Últimas notícias