Brasil tem mais 435 mortes em 24 horas e passa a China também em número de casos de covid-19
Casos têm o maior aumento em 24 horas desde início da pandemia e passam de 85 mil. Total de mortes soma 5.901. Isolamento social continua sendo melhor recomendação para reduzir impactos
Publicado 30/04/2020 - 18h04
São Paulo – Com 85.380 doentes oficialmente registrados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (30), o Brasil ultrapassou o número oficial de infectados pelo novo coronavírus na China (84.373), primeiro epicentro da pandemia global – e com população muitas vezes maior. O aumento do número de casos no Brasil foi o mais expressivo desde o início do surto: foram 7.218 novos registros em 24 horas. Já o número de mortos no período atingiu 435, levando o total de óbitos no país a 5.901. A taxa de letalidade da doença está em 6,9%.
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O epicentro da infecção é o estado de São Paulo, em especial a capital – 28.698 casos confirmados e 2.375 mortes –, que já começa a apresentar sinais de colapso no sistema de saúde. As UTIs estão com lotação em cerca de 90% da capacidade e os pacientes mais graves passarão a ser transportados para o interior. Ao todo, o Sudeste soma 49,7% de todos os casos do país.
Na sequência de locais mais afetados vem o Rio de Janeiro, com 9.453 casos confirmados e 854 mortos. O governador, Wilson Witzel, também alerta para o possível colapso na rede hospitalar local. Em seguida, vêm Ceará (7.606 doentes e 482 mortos), Pernambuco (6.876 e 719, respectivamente) e Amazonas, com 5.254 doentes confirmados e 425 mortos.
O estado do Norte tem a situação mais delicada do país, com o sistema de saúde já em franco colapso por falta de leitos e equipamentos, além do serviço funerário também apresentar sinais de não suportar a demanda de corpos.
Os números confirmados, de acordo com estudos de diferentes instituições de pesquisa e de saúde, são muito maiores do que os oficiais. Isso acontece pela baixa realização de testes no país.
O isolamento e o distanciamento social seguem como recomendação mais efetiva para evitar os colapsos em sistemas de cuidado. Embora seja quase consensual entre lideranças mundiais e autoridades de Saúde, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, segue com uma postura de ridicularizar mortos e a pandemia.