cuidados redobrados

OMS alerta para gravidade de casos de coronavírus detectados em crianças

“Embora as evidências sugiram que aqueles com mais de 60 anos corram maior risco com o coronavírus, jovens, incluindo crianças, morreram”, afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus

Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil
Crianças não são grupo de risco para o coronavírus. Entretanto, podem adquirir a doença e passar para mais velhos

São Paulo – A pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, soma mais de 6 mil mortes com cerca de 150 mil infectados. Grupos de risco consistem, basicamente, em pessoa com doenças crônicas, baixa imunidade e idosos. A OMS, porém, alerta para também para a vulnerabilidade ao coronavírus em crianças.

A dispersão do vírus no Brasil está apenas no começo. Por ser uma mutação recente do coronavírus (sendo o primeiro caso registrado entre novembro e dezembro do ano passado, na China), estudos sobre ele também estão em fase inicial. Detalhes de sua transmissão e desenvolvimento de sintomas ainda estão sob investigação.

Até hoje (16), as informações de órgãos oficiais davam conta de que mais jovens, em especial crianças, estavam fora do grupo vulnerável ao covid-19. O cenário mudou com a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciando que sim, crianças podem adoecer e existe registro de mortes causadas por coronavírus em crianças.

“Você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado. Esta é uma doença séria. Embora as evidências sugiram que aqueles com mais de 60 anos corram maior risco, jovens, incluindo crianças, morreram”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A diretora da área de Doenças e Zoonoses Emergenciais da OMS, Maria van Karkhove, também falou sobre a possibilidade da doença atingir crianças. “Sabemos que as crianças podem ser infectadas e que elas podem morrer por essa doença. Não podemos dizer universalmente que é leve em crianças.”

Testar e testar

Ghebreyesus alerta para a necessidade da utilização de monitoramento intenso dos casos. Algo já descartado por parte do poder público brasileiro. Com cerca de 200 casos confirmados, o Brasil já deixa de realizar testes em boa parte dos prováveis infectados. É o caminho oposto de países que controlaram a doença de forma eficaz, como Coreia do Sul e Cingapura. Em contrapartida, é similar ao que a Itália fez. Hoje, o país europeu vive um estado de calamidade com falta de leitos e centenas de mortes por dia.

“Temos uma mensagem simples para todos os países: testem, testem, testem. Testem todo caso suspeito de covid-19. Se o teste der positivo, isole a pessoa e descubra com quem esteve em contato em até dois dias antes dos primeiros sintomas e os testem também”, disse o direto-geral.

Orientações

Pensando na saúde dos mais jovens – que podem apresentar sintomas mais brandos, ou sequer apresentar, mas passam o coronavírus para mais velhos – a Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com a OMS e a Federação Internacional da Cruz Vermelha (Ficv) publicaram uma série de orientações.

No caso de fechamento de escolas, as entidades recomendam continuidade dos estudos, por meio de planos sólidos nacionais de educação à distância. Estão previstos veículos para ajudar nessa missão, como a dedicação de emissoras de rádio e televisão para a transmissão de conteúdo acadêmico.

Já para aqueles que seguem, até segunda ordem, frequentando escolas, as indicações são: proporcionar às crianças informação de como se proteger; promover melhores práticas de higiene e proporcionar materiais para isso; limpar e desinfetar edifícios escolares, especialmente instalações de saneamento; aumentar o ar livre e a ventilação; alertar crianças a questionar e expressar preocupação.


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