pandemia avança

Brasil tem mais 42 mortes em um dia e chega a 201. Mandetta reafirma isolamento

Letalidade atinge 3,5% dos infectados no Brasil. Estado de São Paulo também tem recorde de 23 mortes por coronavírus em um dia. Mandetts reitera isolamento

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Chioro chama a atenção para a importância do isolamento social no atual contexto e faz uma advertência a respeito de uma sinalização de relaxamento em relação a essa diretriz

São Paulo – O avanço do coronavírus registrou nesta quarta-feira (31) o maior número de mortes em um único dia. Foram 42 óbitos a mais de ontem para hoje, elevando o total para 201. De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o país tem 5.717 casos confirmados hoje. No dia anterior, eram 4.579. A taxa de letalidade segue em 3,5%, superior à média global, de cerca de 2%.

O Sudeste segue como a região mais afetada pela pandemia, sendo São Paulo o epicentro. São 3.406 casos na região mais populosa do país, sendo 2.339 no estado, que teve também um recorde de mortes num único dia: 23, de um total de 136. São Paulo. Os casos de infecção confirmados chegaram a 708 no Rio de Janeiro, 275 em Minas Gerais e 84 no Espírito Santo. O Sudeste concentra 60% de todos os casos do país.

De acordo com estimativas de pesquisadores e do próprio Ministério da Saúde, para cada caso notificado, existem no mínimo 10 não contabilizados. Ainda de acordo com as autoridades, os casos e mortes do novo coronavírus tendem a subir fortemente nas próximas semanas. Previsões indicam que o sistema de saúde do país pode entrar em colapso no fim de abril.

Coletiva

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, em entrevista coletiva concedida no fim da tarde, que “vamos nos pautar pela ciência e pelo que é correto (…) vamos fazer o máximo de distanciamento social sim. O máximo de permanência nas nossas residências, trabalhar de casa, para podermos chegar em um ponto de poder liberar aos poucos de acordo com a epidemiologia”. Outros ministros, como o da Economia, Paulo Guedes, e da Justiça, Sergio Moro, seguiram Mandetta.

O posicionamento dos ministros diverge do adotado pelo presidente Jair Bolsonaro, que segue ridicularizando a pandemia e o coronavírus, e persiste na defesa do fim das quarentenas no país, que já começam a mostrar resultados positivos.

Mandetta anunciou a elaboração de uma ferramenta de controle da pandemia para os técnicos do ministério. A ideia é conseguir prever cenários com mais precisão, através de estudo de movimentação de pessoas e da realização de mais testes.

Atualmente, como os testes são realizados apenas com doentes com sintomas graves, o Brasil está sempre um passo atrás no controle dos casos, já que uma pessoa pode ficar por cinco dias infectado, transmitindo a doença, mas sem apresentar sintomas.

“Temos problemas de moradia, fragilidades, transporte público precário. Não vejo o mundo dividido. Vejo cada um enfrentando seu quadro social. O Brasil vai enfrentar o dele com as armas que tem. Se tivermos que alterar, não faltará aspectos científicos, não será sem consultar a academia, a USP, a Fiocruz, as universidades federais, especialistas. Todos eles estão debruçados. Vamos trabalhar com isso”, completou.


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