Estímulo

SBPC lança prêmio para incentivar mulheres e meninas nas ciências

Pesquisa realizada pela Unesco, em 2015, mostrou que apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres

Marcos Santos/USP Imagens

Mulheres estão sub-representadas nas ciências tanto no âmbito da graduação quanto nas pesquisas

São Paulo – Para estimular a produção científica de mulheres e colaborar para a o aumento da participação feminina nas futuras gerações de cientistas, a Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC) anunciou nesta segunda-feira (11), em São Paulo, a criação do Prêmio Carolina Bori Ciência e Mulher. A premiação será concedida a partir do próximo ano, no Dia de Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, em data instituída pela Unesco, desde 2015. 

Pesquisa realizada pela Unesco, no mesmo ano, identificou os estudos científicos como um das áreas onde a discriminação de gênero ainda é a regra, com apenas 28% dos pesquisadores do sexo feminino em todo o mundo.

Elas estão sub-representadas nos campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas, tanto no âmbito da graduação quanto no das pesquisas. A participação feminina é ainda menor nos níveis mais altos do sistema de pesquisa.

Segundo a vice-presidenta da SBPC, Vanderlan da Silva Bolzani, a condecoração, que ainda terá os seus parâmetros regulamentados, vai ter pelo menos duas categorias: uma voltada para as cientistas que já atuam em projetos de pesquisa e outra para as meninas estudantes. 

Estamos aprendendo a premiar. É extremamente importante, principalmente, premiar meninas porque o prêmio é um estímulo e um incentivo fascinante para as outras”, disse Vanderlan, durante o seminário SBPC e as Mulheres e Meninas na Ciência

Carolina Bori, que dá nome ao prêmio, foi a primeira presidenta da SBPC, entre 1986 e 1989. Especialista em psicologia educacional e experimental, à frente da Associação Brasileira de Psicologia (ABP) e da Sociedade de Psicologia de São Paulo, teve papel fundamental, na década de 1960, na regulamentação da profissão de psicólogo no país e no decreto que determinou o currículo mínimo para a formação na área. Uma das primeiras pesquisas por ela realizada tratava do preconceito racial e social, publicada ainda no final da década de 1940. 

Professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (atual Unesp), da Universidade de São Paulo (USP), tendo participado também da criação dos departamentos de psicologia nas universidades de Brasília (UnB) e na Federal de São Carlos (UFSCar), Carolina morreu em 2004, aos 80 anos.