Falta

Mais Médicos: 2.448 vagas ainda não foram preenchidas

Temer lança novo edital para tentar levar atenção básica à saúde em 1.177 municípios e 28 distritos indígenas. São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul lideram falta de médicos

Agência Brasil

Governo vai chamar brasileiros formados no exterior e estrangeiros para tentar preencher vagas do Mais Médicos

São Paulo – Das 8.517 vagas do programa Mais Médicos abertas após a saída dos médicos cubanos, 2.448 – 28% do total – ainda precisam ser preenchidas. Nesta quinta-feira (20), o Ministério da Saúde lançou novo edital para tentar ocupar vagas em 1.177 municípios e 28 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) que tiveram médicos inscritos, mas não se apresentaram nos locais determinados. O prazo para inscrições no novo edital por profissionais com registro no Brasil vai até esta sexta-feira (21). 

Na semana que vem, entre os dias 27 e 28, é a vez de os brasileiros formados no exterior escolherem as vagas nas cidades em que pretendem atuar. Na sequência, entre 3 e 4 de janeiro, os médicos estrangeiros escolhem os postos remanescentes. 

Formados no Brasil terão até 10 de janeiro para começar a trabalhar. Brasileiros formados no exterior e estrangeiros deverão assumir até 22 de fevereiro.

Com 329 postos ainda desocupados, São Paulo é o estado com o maior número de vagas ainda não preenchidas, seguido por Pará (308), Rio Grande do Sul (247), Maranhão (189), Bahia (176) e Paraná (124).

decisão de retirar os médicos cubanos do Brasil foi anunciada por Cuba há pouco mais de um mês, após ataques do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), contra o programa, como a intenção de condicionar a permanência dos cubanos a alterações na forma de contratação, além de aplicação de teste de capacidade

Nesta quinta (20), o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, chamou de “reacionária” a postura de Bolsonaro contra o programa. Ele participou de um ato de recepção dos médicos que atuaram no Brasil, e afirmou que a postura do presidente eleito brasileiro torna vulnerável a saúde de uma parte da população, “arriscando a coisa mais preciosa que todo ser humano tem, sua saúde e sua vida”.

“Era impossível ficar de braços cruzados diante de um governo soberbo e insensível, incapaz de entender que nossos médicos foram ao país movidos pelo impulso de servir ao povo, cuidar de sua saúde e de sua alma, não negociar com eles”, afirmou Díaz-Canel. 

Ao todo, segundo o presidente cubano, foram 20 mil profissionais que atuaram no Brasil nos últimos cinco anos, representando 80% dos profissionais do programa Mais Médicos. Eles prestaram 113 milhões de atendimentos em aproximadamente 3,6 mil municípios. Os cubanos constituíam 80% de todos os médicos participantes.

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