Intoxicação por agrotóxicos atinge quase 100 pessoas no Paraná
Veneno, que desde 2007 é proibido na Europa, foi pulverizado em uma fazenda. E chegou a atingir, entre o total de vítimas, 52 crianças de uma escola próxima
Publicado 19/12/2018 - 15h15
Pesquisador alerta em entrevista à Rádio Brasil Atual que o uso de agrotóxicos no estado contribui para uma série de doenças
São Paulo – O uso do agrotóxico Paraquate provocou sintomas críticos em 96 pessoas, na cidade de Espigão Alto do Iguaçu, localizada no estado do Paraná, em novembro, segundo Sistema de Informação de Agravo de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. O veneno foi pulverizado em uma área agrícola da região e atingiu uma escola rural localizada ao lado, deixando, entre o total de vítimas, 52 crianças adoecidas.
Com uso proibido na Europa desde 2007, o Paraquate já foi criticado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2017, quando o órgão alertou sobre os perigos causados pela exposição a esse agrotóxico. No entanto, apesar do aviso, sob pressão do agronegócio, a Anvisa afrouxou as regras para o uso do veneno até 2020.
“Aqui no Paraná, nós temos chamando a atenção o alto índice de cânceres de todos os tipos que atingem principalmente as populações do campo, depois temos a má formação congênita, os abortos e problemas que vão atingindo o sistema nervoso e provocam paralisias”, destaca o pesquisador Paulo de Oliveira Perna, do Núcleo de Estudos em Saúde Coletivo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Observatório do Uso de Agrotóxicos e Consequências para a Saúde Humana e Ambiental do Paraná, à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual, alertando sobre os efeitos dos agrotóxicos no estado.
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