Negligência

OMS alerta para aumento de ocorrências de tuberculose no Rio

Estudo aponta a concentração de pessoas, como a população carcerária e áreas mais pobres, como principais causas da contaminação. Estado chega a registrar 300 doentes a cada 100 mil habitantes

Arquivo EBC/Reprodução

Concentração populacional nas áreas mais pobres, superlotação nos presídios e falta de estrutura são citados como os principais fatores

São Paulo – Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil está entre os 30 países que concentram 87% dos casos de tuberculose no mundo. No Rio de Janeiro, segundo estado com maior número de casos da doença (depois do Amazonas), pesquisadores, profissionais da saúde e integrantes de entidades de combate à tuberculose afirmaram, durante audiência realizada nesta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ser a desigualdade social o principal agravante da doença que faz das populações carcerárias e de baixa renda as principais vítimas.

Em 2017, dos 69 mil casos notificados em todo o território nacional, o estado fluminense apresentou as taxas mais altas de incidência – 72 casos a cada 100 mil habitantes – e, de acordo com a comparação feita durante o debate organizado Frente Parlamentar de Combate e Prevenção à Tuberculose, HIV e Diabetes da Alerj, nas áreas mais pobres como as favelas e bairros populares da região metropolitana, os índices chegam a 300 casos a cada 100 mil habitantes.

“Estas populações vivem muito concentradas, são muitas pessoas na mesma casa e esses fatores propiciam a transmissão da doença”, explica a médica do Controle da Tuberculose da Secretária de Saúde do Rio Ana Alice Teixeira Pereira Bevilaqua, que cita áreas como São João, Belford Roxo e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, como exemplos do adensamento populacional.

O quadro é ainda mais crítico quando observada a população carcerária que concentra 10% dos casos em todo o estado: 1.200 registros da doença a cada 100 mil habitantes. Para os especialistas consultados pela repórter Viviana Nascimento, do Seu Jornal, da TVT,as condições dos presídios em conjunto com a superlotação e sobretudo a falta de estrutura no atendimento médico, favorecem o desenvolvimento da tuberculose.

“Médicos, assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais… isso é de imediato, tem que ter essa contratação, porque não vai adiantar nada vários programas sem recursos humanos”, afirma a assistente social aposentada Newvone Ferreira da Costa.

Assista à reportagem completa: 

Leia também

Últimas notícias