esclarecimentos

CPI das OSS quer ouvir David Uip, ex-secretário da Saúde de Alckmin

Também será convidado o atual secretário da Saúde da capital paulista, Wilson Pollara, que foi adjunto de Uip

RGOMES / RBA

Trabalhos de apuração de irregularidades em contratos do governo paulista com OSSs continuam na Alesp

São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades nos contratos das organizações sociais de saúde (OSS) com o governo paulista aprovou hoje (19) os convites ao ex-secretário de Estado da Saúde David Uip e ao seu ex-secretário adjunto e atual chefe da Saúde na capital paulista, Wilson Pollara. Os dois deverão prestar esclarecimentos sobre a falta de fiscalização dos contratos, a contratação de empresas terceirizadas pelas OSS e a atuação de servidores da pasta nessas empresas.

Além deles, serão convidados a fornecer informações na comissão o ex-coordenador de Gestão e Contratos de Serviços de Saúde, Márcio Cidade Gomes; o superintendente da Santa Casa de Birigui, Antônio Carlos de Oliveira; e o ex-diretor clínico da mesma entidade, Cleison Garcia Montali. O deputado estadual Carlos Neder (PT), autor dos requerimentos, disse ter informações graves sobre irregularidades envolvendo os convidados.

Após semanas de manobras da base aliada do ex-governador e pré candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), praticamente todos os requerimentos apresentados à CPI foram aprovados. Dois requerimentos que pedem o ingresso com ação judicial contra as organizações sociais e o governo paulista, exigindo a publicação das informações referentes à remuneração de todos os trabalhadores e dirigentes dessas organizações, tiverem pedido de vista pelo deputado Barros Munhoz (PSB).

Ainda na tarde de hoje serão ouvidos Trajano Sardenberg, vice-presidente da Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp) e a irmã de caridade Rosane Ghedin, presidente da Casa de Saúde Santa Marcelina. A Famesp é a OSS que o atual secretário adjunto da Saúde, Rugolo Júnior, presidia antes de assumir o cargo.

A OSS Santa Marcelina apresenta os mesmos problemas da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), cujo presidente foi ouvido semana passada. A organização tem vários contratos com empresas terceirizadas que contam com servidores públicos como sócios. Além disso, seus contratos de prestação de serviços são vagos e não detalham, por exemplo, o número de funcionários que a terceirizada deve apresentar para prestar o serviço.

Apenas no Hospital Geral Santa Marcelina, no Itaim Paulista, zona leste da capital paulista, a OSS gastou R$ 3,3 milhões com a Neocare Serviços Médicos e Consultoria, que atua em neonatologia. A empresa terceirizada tem cinco servidores públicos como sócios. E o contrato não define quantos profissionais devem atuar no setor do hospital para efetiva prestação do serviço de neonatologia.