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Unaids alerta para que mundo reforce medidas de prevenção à doença

'Poder da prevenção não está sendo concretizado', aponta relatório do Órgão das Nações Unidas que sugere esforços intensificados para adultos. Epidemia já matou 35 milhões de pessoas

memória/ebc

Estar alerta ao diagnóstico e realizar o tratamento é essencial para o combate à Aids

São Paulo – O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) divulgou hoje (12) o relatório “Lacuna na Prevenção”apontando estabilidade do declínio do contágio da doença entre adultos, com elevação em alguns locais. O órgão estipulam uma meta para que o mundo esteja livre da doença até 2030. Entretanto, para alcançar o resultado desejado, esforços devem ser intensificados, especialmente sobre os adultos, já que, entre as crianças, há progressos significativos. “Novas infecções diminuíram em mais de 70% desde 2001 e continuam a cair”, afirma o relatório. Desde o início da epidemia, na década de 1980, 35 milhões de pessoas morreram por doenças decorrentes da aids.

O diretor executivo do Unaids, Michel Sidibé, disse que a entidade está “soando o alarme. O poder da prevenção não está sendo concretizado. Se ocorrer uma ressurgência no número de novas infecções pelo HIV agora, a epidemia se tornará incontrolável”, alertou. “O mundo precisa tomar medidas urgentes e imediatas para fechar a lacuna da prevenção”, disse Sidibé.

O documento relata que 1,9 milhão de adultos no mundo foram infectados por ano, nos últimos cinco anos, com destaque negativo para a Europa e Ásia Central, com elevação de 57%, seguidas pelo Caribe (9%), Oriente Médio e Norte da África (4%) e América Latina (2%). Europa Central e Ocidental, América do Norte, África Ocidental e Central tiveram ligeiro recuo. Significativo, apenas na África Oriental e Sul, com 4% e 3%, respectivamente.

As medidas devem ser especiais em relação à população de maior risco. O grupo mais vulnerável é a população transexual: 49 vezes mais chance. “Gays e homens que fazem sexo com outros homens e usuários de drogas injetáveis são 24 vezes mais propensos a serem infectados”, diz o documento. “Profissionais do sexo, dez vezes mais” e a população carcerária, cinco vezes.

“Atualmente, temos múltiplas opções de prevenção. A questão é o acesso: se as pessoas não se sentem seguras ou não possuem os meios para acessar os serviços de prevenção combinada, não vamos conseguir acabar com esta epidemia”, disse o diretor executivo. Para a entidade, a prevenção é a melhor saída e é essencial o acesso da população com maior risco aos mecanismos existentes.

Outra meta das Nações Unidas para o combate à doença é a concretização dos tratamentos com remédios antirretrovirais. O relatório estima que 57% das pessoas com sorologia positiva conhecem sua condição; 46% têm acesso ao tratamento antirretroviral, e 38% das pessoas que vivem com HIV possuem carga viral próxima de zero, o que torna a transmissão do vírus mais difícil.