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Infestação do mosquito transmissor da dengue cai em 54 distritos de São Paulo

Os bairros do Campo Limpo, Campo Grande e Cidade Ademar, na zona sul; Jardim Helena, na zona leste; Tucuruvi e Tremembé, na zona norte, apresentaram as maiores reduções de proliferação

Leon Rodrigues/SECOM

Desde o início deste ano, agentes da prefeitura examinam residências em busca de focos do mosquito

São Paulo – A infestação pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela, caiu na capital paulista, entre fevereiro de 2015 e o mesmo período deste ano. A avaliação realizada por meio do índice de Breteau, que mede o número de recipientes com larvas do mosquito para cada cem imóveis visitados, atingiu média de 0,81 casa com criadouros em cada cem visitadas no município em 2016, contra 1,21 no mesmo período do ano passado. Por região, em 54 distritos houve redução da infestação, em 34 houve aumento, e em oito, a situação é mesma.

Os dados foram obtidos pelo site Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, os índices abaixo 1 são considerados satisfatórios; entre 1 e 3,9 são definidos como estado de alerta e acima de 3,9 são considerados de risco. Os índices mais altos foram encontrados na Lapa (zona oeste), 5,17; em Capão Redondo (zona sul), 4,62 (ambos em situação de risco); Vila Jacuí, 3,53, e São Miguel Paulista, 3,33 (amobs na zona leste).

Os que tiveram a maior redução na infestação foram os bairros do Campo Limpo (6,75 para 1,33), Campo Grande (3,08 para zero) e Cidade Ademar (4,25 para zero), na zona sul; Jardim Helena (3,47 para zero), na zona leste; Tucuruvi (7,01 para 0,61) e Tremembé (4,33 para 0,73), na zona norte. Outros 27 distritos apresentaram resultado zero para o índice de infestação. Confira os dados completos na tabela ao final da reportagem.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo emitiu nota explicando que os índices de Breteau são utilizados para melhorar a eficácia da intervenção priorizando as ações nos locais de maior infestação. Agentes da prefeitura têm feito visitas domiciliares acompanhados de militares do Exército brasileiro e vêm utilizando o larvicida BTI em pontos considerados estratégicos, como terrenos baldios, escolas e rodoviárias.

No dia 28 de março, antes da divulgação desses dados, a SMS apresentou um balanço revelando queda de 47,6% no número de confirmações de casos de dengue nos dois primeiros meses do ano, em comparação com igual período de 2015: de 6.653 para 3.484. As notificações, em no entanto, subiram 52,7%, de 14.361 para 21.934.

À época, o secretário da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a melhora na situação está ligada à conscientização da população. “Tínhamos um cenário bastante preocupante, mas o esforço e empenho da população, trabalho dos profissionais de saúde e da imprensa parecem ter permitido esse grande esforço de redução de casos em São Paulo”, disse. Esse esforço também impacta na proliferação dos mosquitos, considerado o meio mais eficiente de redução da população do Aedes aeqypti.

Apesar do resultado positivo, o secretário já havia alertado que não é possível reduzir a ação contra o mosquito. “Assim como temos de ter clareza que a dengue veio para ficar, temos que trabalhar com a hipótese do chikungunya e do zika vírus como doenças endêmicas e que o controle do Aedes deve ser constante”, afirmou Padilha.

Ainda segundo a SMS, a taxa de incidência de dengue na cidade, atualmente, é de 30,4 casos por 100 mil habitantes. Já no estado, o índice sobe para 73,1 por 100 mil pessoas. Em todo o país, a taxa é de 57 por 100 mil habitantes. Foram confirmados cinco casos de febre chikungunya adquiridos na capital, sendo três no bairro do Sacomã, um em Pirituba e um na Vila Curuçá. Já em relação ao zika, apenas um caso foi confirmado como contraído em São Paulo; outros 153 casos estão sob investigação.

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