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Celular se consolida como principal meio de acesso à internet no Brasil, mostra IBGE

Maior proporção desse uso foi registrada no Nordeste, com 92,5% dos domicílios com o celular como meio de acesso à internet

Ministério TIC Colômbia/CC

Celular para navegar na rede é usado em 80,4% das casas com acesso à internet, já o computador, 76,6%

Brasília – O uso do telefone celular para acessar a internet ultrapassou o do computador pela primeira vez no Brasil. É o que aponta o Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014 divulgado hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais da metade dos 67 milhões de domicílios brasileiros passaram a ter acesso à internet em 2014 (54,9%). Em 2013, esse percentual era 48%. Mais de 60% dessas casas estavam na área urbana.

O celular para navegar na rede era usado em 80,4% das casas com acesso à internet, já o computador para esse fim estava em 76,6% desses domicílios e teve queda na comparação com 2013 (88,4%). A maior proporção desse uso foi registrada no Nordeste, com 92,5% dos domicílios com o celular como meio de acesso à internet.

Atendente de uma oficina de carros no sertão de Pernambuco, Kelyta Marília Tomaz da Silva, de 30 anos, tem computador e tablet em casa, mas ela, o filho João David, de 6 anos, e o marido, William, usam somente o celular quando o assunto é acessar a internet. “Uso mais para ver o Facebook, converso muito no WhatsApp, e para ver vídeos, receitas”, contou ela ao apontar que essa é uma realidade entre amigos e conhecidos na cidade, que tem rede wifi gratuita na praça principal e nas pizzarias e bares. O pequeno João David já tem celular próprio com acesso à internet. “Meu filho está 24 horas no celular. O dia todo, até na hora de dormir”, informou ela, que também tem televisão de tela fina e conexão em banda larga fixa e móvel.

Banda larga móvel

O uso da banda larga móvel, presente em 62,8% dos domicílios com internet, aumentou 19,3 pontos percentuais em 2014 na comparação com 2013. Já a conexão de banda larga fixa diminuiu 5,2 pontos percentuais e atingiu 71,9% das casas com internet. O percentual de casas com banda larga móvel era maior no Norte (84,2%) e no Nordeste (66,2%). Além disso, 35% dos domicílios com internet tinham os dois tipos de banda larga em 2014.

O número de casas com acesso à internet por tablet, celular e televisão cresceu 137,7% – passando de 3,6 milhões para 8,6 milhões, de 2013 para 2014. O número de domicílios com acesso à internet por tablet (21,9%) e televisão (4,9%) cresceu 76,8% e 116,34% respectivamente no período.

O número de pessoas que acessou a internet por equipamentos eletrônicos diferentes do computador teve crescimento de 155,6% de 2013 para 2014, alcançando 10,5% da população de 10 anos ou mais de idade. O acesso à internet era uma realidade em 88,9% dos domicílios com rendimento mensal domiciliar per capita de mais de 5 salários mínimos. Apenas 25,3% dos domicílios com renda inferior a um quarto do salário mínimo tinham internet.

Celular

Cerca de 136, 6 milhões de pessoas de 10 anos ou mais tinham celular em 2014 no país. O número representa 77,9% dessa população e um aumento de quase 5% em relação a 2013 (6,4 milhões de pessoas) e de 142,8% em relação a 2005.

Com as menores proporções de pessoas com celular, as regiões Norte (69,4%) e Nordeste (69,9%) também registraram os maiores crescimentos desse contingente no período: 2,7 e 3,8 pontos percentuais. O Distrito Federal tinha a maior proporção de pessoas com celulares com 10 anos ou mais de idade (90,6%), já o Maranhão tinha a menor proporção, 54,4%.

Os grupos de idade que apresentaram os maiores aumentos entre 2013 e 2014 foram o de 10 a 14 anos de idade, ao passar de 49,9% para 54,1%, o de 15 a 17 anos, com 80,8% com celulares, em comparação a 76,7% em 2013, e o de 60 anos ou mais em que 55,6% tinham celulares em 2014, ante 51,6% em 2013.

Estudantes

O celular era um bem pessoal para 93,4% dos estudantes da rede privada de ensino e para 66,8% dos da rede pública, que representavam 74,3% dos estudantes brasileiros em 2014. Em 2013, esses percentuais eram 92,8% e 62,6% respectivamente. A proporção de pessoas com esse equipamento com 11 a 14 anos de estudo foi de 93,6% e de 96,8% com 15 anos ou mais de estudo. Os maiores crescimentos no período ocorreram nos grupos de 1 a 3 anos de estudo, que passou de 46,9% para 51,5% e 4 a 7 anos de estudo (de 67,4% para 71,1%).

Mais da metade da população rural passou a contar com telefone celular em 2014 (52,4%), após aumento de 4,6 ponto percentual em relação a 2013. A maioria dos celulares está na área urbana (82,3%), mas em todas as regiões a diferença entre as proporções do uso do celular nas áreas urbanas e rurais diminuiu. O local que registrou maior crescimento foi a área rural na Região Sudeste, com 5,6 pontos percentuais a mais que em 2013.

Televisão

A televisão estava presente em 97,1% dos 67 milhões de domicílios brasileiros em 2014, um crescimento de 2,9% na comparação com 2013. Cerca de 40% tinham televisão digital aberta. A maioria dos domicílios fica na região Sudeste (45,7%), seguida das regiões Sul (41,5%) e Centro-Oeste (40,8%). Nas regiões Norte e Nordeste, aproximadamente 30% dos domicílios tinham TV digital aberta.

O Distrito Federal tem 62,6% dos domicílios com televisão digital aberta (62,6%), sendo o primeiro na lista, seguido de São Paulo (49,9%). Roraima foi o estado com maior expansão da cobertura, passando da décima posição no país com a menor proporção de domicílios com essa característica para a terceira. Já o Rio de Janeiro, que estava em terceiro lugar na lista de domicílios com televisão digital aberta, caiu para o sexto posto. Os estados com a menor proporção de domicílios com TV aberta digital em 2014 eram Tocantins (18,1%), Piauí (22%) e Alagoas (23,3%).

Um quarto dos domicílios com aparelhos de TV do país, cerca de 15 milhões de domicílios (23%), tinha apenas TV analógica aberta e não teria programação televisiva após a substituição do sinal analógico pelo digital em todo o território nacional. No Nordeste, 27,7% não possuíam TV digital aberta, TV por assinatura, nem internet, no Sudeste, 21,8%. Em 2013, 28,5% dos domicílios brasileiros não tinham nenhuma dessas modalidades.

De acordo com o cronograma do Ministério das Comunicações, a próxima cidade a ter o sinal analógico desligado será Brasília, em outubro deste ano. Em 2017, será a vez de todas as capitais da região Sudeste, além de Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza e cidades do estado de São Paulo e do Nordeste. Em 2018, a transição para o sinal de TV digital vai incluir as capitais e cidades das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte e todo o interior do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Ainda segundo o suplemento, quase metade dos televisores era de tela fina (47,9%), aumento de 9,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.  A região Nordeste apresentou a maior proporção de domicílios com apenas televisão de tubo (56,7%) e a região Centro-Oeste, a maior proporção de domicílios apenas com tela fina (38,5%).

TV por Assinatura

O número de domicílios com televisão por assinatura registrou aumento de 12% de 2013 para 2014, chegando a 32,1% dos lares brasileiros com aparelho de televisão. A maior proporção continua sendo a região Sudeste, com 43,6% dos lares com TV por assinatura, seguida das regiões Sul (32,5%), Centro-Oeste (30%), Norte (19,8%) e Nordeste (16,3%). Em casas com rendimento mensal domiciliar per capita de mais de cinco salários mínimos, a proporção era de 77,3% e de 61,3% naquelas com renda entre 3 e 5 salários mínimos. Já a antena parabólica estava em 38% dos domicílios em 2014, mais presente na área rural (78,5%) do que na área urbana (31,8%) e nas classes de rendimento domiciliar per capita sem rendimento a ¼ do salários mínimo (52,2%).

Ainda segundo o Suplemento TIC 2014, havia televisão digital aberta em menos da metade dos domicílios com rendimento mensal per capita de até dois salários mínimos. Já nas famílias com dois a três salários mínimos, o percentual era de 54,2% e de 74,6% para os com mais de cinco salários mínimos.

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