Aedes aegypti

País tem 2.782 casos suspeitos de microcefalia causada por Zika vírus; nenhum confirmado

Genilton Vieira/Fiocruz Larvas de Aedes: ovos do mosquito precisam de água para eclodir e dar início ao seu ciclo evolutivo São Paulo – O Ministério da Saúde atualizou hoje (22) […]

Genilton Vieira/Fiocruz

Larvas de Aedes: ovos do mosquito precisam de água para eclodir e dar início ao seu ciclo evolutivo

São Paulo – O Ministério da Saúde atualizou hoje (22) o número de casos de microcefalia relacionados à infecção pelo vírus Zika em todo o país. Conforme o boletim, até sábado (19) foram notificados 2.782 casos suspeitos da doença, 40 óbitos, também suspeitos, em 618 municípios de 20 estados.

A investigação sobre a relação entre os casos e a presença do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo que transmite a dengue – é feita pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde, mas o Ministério da Saúde tem enviado equipes técnicas a municípios de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará.

Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. Segundo o Ministério da Saúde, já foram capacitados 16 laboratórios públicos para diagnosticar Zika, com capacidade para analisar 400 amostras por mês. Nos dois próximos meses, outros 11 laboratórios vão receber a tecnologia.

Durante a entrevista coletiva, em Brasília, o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, reforçou a necessidade das doações de sangue, que se tornam ainda mais importantes no período de festas e férias, quando aumenta a demanda por transfusões.

“O Ministério está agindo preventivamente, reforçando as orientações aos hemocentros e pedindo para a população continuar com as doações de sangue, principalmente nesta época do ano, quando ocorre uma tendência de queda nas doações”, ressaltou.

Segundo o secretário, há reforço nas recomendações aos hemocentros quanto à triagem clínica dos doadores possivelmente infectados, com questionários e perguntas sobre a ocorrência de doenças recentes e sintomas que possam indicar infecção, inclusive pelo vírus Zika.

O Ministério da Saúde orienta os doadores a informar, em até sete dias, a ocorrência de sintomas que possam indicar alguma doença para a busca ativa de informações clínicas e laboratoriais de possíveis receptores.

Combate ao Aedes

O secretário de Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi, destacou a inexistência de vacina contra os vírus Zika, chikungunya e da dengue, o que faz da eliminação dos focos do mosquito a única medida capaz de diminuir a transmissão dessas doenças.

“Antes de sair de férias, descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes, todo e qualquer recipiente que possa acumular água parada. Casa vazia não pode servir de criadouro do mosquito. Dessa maneira, com a ajuda de governos federal, municipal e toda a população, vamos fazer uma grande mobilização nacional para combater o mosquito”, reforçou.

O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de cinco a dez dias. Na presença da água, eclodem e dão início ao ciclo evolutivo e tornam-se prontos para transmitir os vírus. Daí a necessidade de lavar os recipientes com água e sabão, com a ajuda de uma bucha.

É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito. Depositados no interior de recipientes, os ovos do mosquito podem resistir por até um ano.

As ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti terão, em todo o país, o reforço de 266 mil agentes comunitários de saúde, que se juntam aos 43.920 agentes de combate às endemias que já realizam o serviço junto à comunidade. Entre as ações estão visitas domiciliares para verificar situações de risco para a dengue, malária, leishmaniose e outras doenças.

Conforme o Ministério da Saúde, para a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, foi instalada a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento à microcefalia. O objetivo é intensificar as ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti. Também serão instaladas salas estaduais.

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