emergência

Casos suspeitos de microcefalia chegam a 1.761 no Brasil

Ministério da Saúde lança protocolo de vigilância e resposta à doença; Pernambuco permanece como o estado com o maior número de casos (804)

memória/ebc

Autoridades dizem que microcefalia pode estar relacionada ao vírus Zika, transmitido pelo mosquito da dengue

Brasília – Em levantamento feito até sábado (5), 1.761 casos suspeitos de microcefalia foram notificados em 422 municípios brasileiros. Os números foram divulgados hoje (8) pelo Ministério da Saúde. Até o momento, de acordo com o novo balanço, 14 unidades federativas registram casos suspeitos da malformação.

Pernambuco permanece como o estado com o maior número de casos (804). Em seguida, estão Paraíba (316), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Ceará (40), Maranhão (37), Piauí (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goiás (3) e Distrito Federal (um).

Foram notificados ainda 19 mortes de bebês com microcefalia e suspeita de infecção pelo vírus Zika, sendo sete no Rio Grande do Norte, quatro em Sergipe, dois no Rio de Janeiro, um no Maranhão, dois na Bahia, um no Ceará, um na Paraíba e um no Piauí. O ministério informou que os casos estão sendo investigados para confirmar a causa da morte.

Protocolo emergencial

O Ministério da Saúde lançou hoje um protocolo emergencial de vigilância e resposta aos casos de microcefalia relacionados ao vírus Zika. O objetivo, segundo a pasta, é passar informações, orientações técnicas e diretrizes para profissionais de saúde e equipes de vigilância.

O documento contém a definição de casos suspeitos de microcefalia durante a gestação, o parto ou após o nascimento. Também traz critérios para a exclusão de casos suspeitos e apresenta um sistema de notificação e investigação laboratorial.

Há ainda orientações sobre como deve ser feita a investigação epidemiológica de casos suspeitos e sobre o monitoramento e análise dos dados. O protocolo também traz informações sobre o reforço do combate ao Aedes aegypti.

O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Cláudio Maierovitch, lembrou que, desde ontem a medida padrão adotada para a triagem de bebês com microcefalia passou a ser 32 centímetros (cm) e não mais 33 cm, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Essa diferença aparentemente pequena leva a um grande número de notificações de crianças que estão na curva de normalidade, no extremo dessa curva”, disse Maierovitch. “Passamos a captar com mais segurança crianças que têm mais chance de ter microcefalia”, completou.

O ministério informou ainda que a presidenta Dilma Rousseff deve se reunir hoje às 17h com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e com governadores de diversos estados para discutir um plano de combate e enfrentamento ao vírus Zika.

O que é microcefalia?

É uma condição neurológica em que a cabeça do recém-nascido é menor quando comparada ao padrão considerado adequado. Neste caso, os bebês com essa malformação congênita nascem com um perímetro cefálico menor do que o normal. Em geral, a malformação congênita está associada a uma série de fatores de diferentes origens. Pode ser o uso de substâncias químicas durante a gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infecção por agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação.

No dia 28 de novembro, o Ministério da Saúde confirmou que existe relação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia na Região Nordeste do país. Segundo nota divulgada pela pasta, exames feitos em um bebê nascido no Ceará com microcefalia e outras malformações congênitas revelaram a presença do vírus em amostras de sangue e tecidos.