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Com calor e crise hídrica, casos de dengue mais do que dobram neste início de ano

No período de 4 a 24 de janeiro, Secretaria de Saúde da capital paulista registrou 1.304 notificações da doença, enquanto no ano passado, para igual período, houve 495 casos

Arquivo: Claudio Fachel/Palácio Piratini

Pneus com acúmulo de água são criadouros do mosquito da dengue: população deve observar esses riscos em casa

São Paulo – A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo divulgou hoje (4) os primeiros dados do ano sobre a ocorrência de dengue e febre chikungunya. Os números, ainda provisórios, indicam até a terceira semana epidemiológica (4 a 24 de janeiro) 1.304 notificações da dengue, mais que o dobro do total registrado em igual período no ano passado. Das ocorrências deste ano, 120 casos autóctones foram confirmados – esses são os casos de doença contraída dentro do município.

No mesmo período do ano passado, foram 495 notificações e 45 casos autóctones. Já para a febre chikungunya, neste ano, não há registro de casos autóctones ou importados na cidade.

Entre as hipóteses da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) para o aumento dos casos, estão as altas temperaturas e o acúmulo de água limpa sem proteção. Com a crise hídrica que se instalou na Grande São Paulo, as famílias estão procurando reservar água e muitas vezes isso acontece de forma inapropriada.

A prefeitura informou ter reforçado o trabalho dos 2,5 mil agentes de zoonoses na cidade, com ações de visitas porta a porta, grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de pessoas. As subprefeituras também estão envolvidas no trabalho preventivo. Os paulistanos devem atentar para a necessidade de ação individual preventiva para eliminar criadouros de mosquito Aedes aegypti.

A visita de equipes é programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados. E uso de nebulização pesada (“fumacê”) só ocorre em última instância, emergencial, e funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros.

A prefeitura estima que a cidade pode enfrentar uma situação crítica neste ano, com até 90 mil casos de dengue. No ano passado, o estado de São Paulo registrou 193.636 casos. Na capital, em 2014, foram registrados 28.995 casos autóctones (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano.

A dengue está mais associada ao calor e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena coleção de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso pode ser um criadouro. É importante a população estar atenta aos cuidados com o mosquito Aedes aegypti, que transmite não apenas a dengue como também a febre de Chikungunya. Os sintomas são parecidos: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e mal-estar. Porém, no caso da febre de Chikungunya, as dores nas articulações podem durar mais de seis meses.

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