Prevenção

Passeio ciclístico neste domingo em SP abre Semana de Luta contra a Aids

No dia seguinte ao passeio, segunda-feira (1º), começa a campanha Fique Sabendo, com oferta gratuita de testes rápidos de HIV em diversas regiões da cidade

Fotos Públicas/João Luiz Secom

Passeio ciclístico deverá aumentar movimento nas ciclofaixas do centro histórico de São Paulo

São Paulo – Começa neste domingo (30) a Semana Mundial de Luta contra a Aids 2014, que vai até sexta-feira (5). Em São Paulo, a campanha será aberta com um passeio ciclístico pelo centro histórico da cidade, com organização da prefeitura paulistana.

O percurso, de 5 quilômetros, inclui o Mosteiro São Bento, a Estação da Luz e o Palácio do Correio, no Vale do Anhangabaú. A concentração será às 9h30, em frente à sede prefeitura, no Viaduto do Chá.

Em continuidade às atividades da semana temática, na segunda-feira (1º), a partir das 10h, na Praça da República, começa a campanha Fique Sabendo, que pretende chamar atenção da população para o sexo seguro, com uso de preservativo, que reduz os riscos da doença, e da importância do diagnóstico precoce da contaminação pelo vírus, que permite uma melhora substancial na qualidade de vida do portador do vírus, diminui as taxas de mortalidade por aids e atua como instrumento de prevenção.

Os testes serão oferecidos durante toda a semana nas diversas regiões da cidade, com ênfase nas áreas de concentração das populações alvo para a epidemia, como a chamada cracolândia.

Henfil

O Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids (CTA) Henfil, que completa 25 anos na quarta-feira (3), sediará algumas das atividades da Semana, como a exibição do documentário De gravata e unha vermelha, da diretora Miriam Chnaiderman.

Será lançado ainda um selo comemorativo dos 25 anos do espaço, o primeiro do estado, que trará a assinatura original do quadrinista Henrique de Souza Filho, o Henfil, cedida pelo seu filho, Ivan Consenza de Souza.

Hemofílico, o cartunista e escritor brasileiro Henfil contraiu o vírus HIV em uma transfusão de sangue. Morreu em janeiro de 1988, em decorrência de complicações da aids.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de incidência por 100 mil habitantes passou de 24,4 em 2009 para 18,6 em 2013. Entre 1981 e 2013, o número de mortes foi de 40.589 – desses 30.899 (76,1% ), do sexo masculino. A taxa de mortalidade também teve queda de 9,1 em 2009 para 6,7 em 2013.

Desde 1987, o 1° de dezembro é lembrado como o Dia Mundial da Luta contra o HIV/Aids. A data foi instituída pela Assembleia Mundial de Saúde, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), como maneira de reforçar a solidariedade, a tolerância e alertar as pessoas para a prevenção ao vírus HIV.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Em todo o mundo avançam os testes com vacinas e drogas menos  tóxicas, de efeito prolongado, mesmo em dosagens menores e incorporação de novas abordagens, como a profilaxia pós-exposição (PEP) – forma de prevenção da infecção com medicamentos para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus.

No entanto, desde 2006, as taxas de mortalidade voltaram a crescer em alguns grupos. De acordo com informações divulgadas pela Unaids, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, os novos casos de infecções por HIV no Brasil subiram 11% entre 2005 e 2013.

A tendência é contrária aos números globais, que apresentaram queda. No mesmo período, a quantidade de casos no mundo caiu 27,5%, de 2,9 milhões, em 2005, para 2,1 milhões, em 2013. Desde 2001, a queda foi de 38%.

O maior crescimento de casos de Aids no Brasil está entre jovens de 15 a 24 anos, e entre homossexuais, como os do centro da cidade de São Paulo, onde um em cada seis está infectado – quadro pior que em muitos países africanos. A explicação, segundo especialistas, é o retrocesso na abordagem preventiva, falta de campanhas dirigidas a esses grupos e de testes.

Leia também

Últimas notícias