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Ministério da Saúde recomenda comida caseira para combater obesidade e diabete

Visando a reduzir a desnutrição e doenças crônicas, órgão lançou nesta quarta (5) um guia para alimentação saudável. Ao todo, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos

Ministério da Saúde

O ideal é fazer as refeições em horários regulares, ambientes apropriados e com companhia

São Paulo – O Ministério da Saúde lançou hoje (5) o novo Guia Alimentar para a População Brasileira, que atualiza a versão de 2006 trazendo informações para uma dieta saudável, saborosa e balanceada. O objetivo é combater a obesidade, que já atinge metade da população do país, a diabete e a hipertensão. O livro sugere, por exemplo, que as pessoas cozinhem em casa, optem por refeições caseiras e dispensem produtos industrializados, como sopas de pacote, macarrão instantâneo e pratos congelados.

Confira a versão digital do Guia

Com a redução da pobreza e da queda nos casos desnutrição, tema ainda abordado no guia, novos problemas alimentares começam a preocupar o Ministério da Saúde: de acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2013, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores que os registrados em 2006, respectivamente.

“Mais do que um instrumento de educação alimentar e nutricional, o guia se insere dentro da estratégia global de promoção da saúde e do enfrentamento e do excesso de peso, que já atinge mais da metade da população brasileira. A carga de doença associada à obesidade é imensa. Para sair da agenda da doença, precisamos trabalhar pela melhoria da alimentação e incentivar a prática de hábitos saudáveis. Não estamos proibindo nada, mas temos recomendações claras de qual alimento priorizar”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a cerimônia de lançamento do guia, na manhã de hoje, em Brasília.

A principal recomendação é que as pessoas optem por refeições caseiras e evitem os fast food e os alimentos industrializados, como sopas de pacote, pratos congelados e molhos e misturas prontas. Na hora de cozinhar, a dica é usar moderadamente óleos, gorduras, sal e açúcar, e consumir de forma limitada alimentos processados, como queijos, embutidos e conservas, utilizando-os apenas como ingredientes ou parte de refeições. Para sobremesa, o ideal são os doces caseiros.

Além de orientar o que comer, o guia recomenda também que se preste atenção em como comer. O ideal é fazer as refeições em horários regulares, ambientes apropriados e sempre que possível com uma companhia. Não vale comer assistindo televisão, falando no celular ou usando o computador. Também é importante ficar atento à forma como os alimentos são produzidos e distribuídos, privilegiando aqueles cuja produção e distribuição sejam social e ambientalmente sustentável, como os alimentos orgânicos e de base agroecológica.

Conheça os dez passos para uma alimentação adequada e saudável:

– Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação
– Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias
– Limitar o consumo de alimentos processados
– Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados
– Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia
– Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados
– Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias
– Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece
– Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora
– Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais

Outra dica é apostar na culinária e no planejamento das refeições envolvendo amigos e familiares na preparação. “No Brasil e em muitos outros países, a transmissão de habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força”, admitiu a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral do projeto de elaboração do Guia Alimentar, Patrícia Jaime. “Por isso, o Guia Alimentar dedica uma parte importante de suas recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens e mulheres, adultos e crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições e à defesa das tradições culinárias como patrimônio cultural da sociedade.”

A publicação se dirige às famílias, profissionais de saúde, educadores e agentes comunitários de saúde. A versão impressa, com 151 páginas ilustradas, será distribuída às unidades de saúde de todo o país. O guia foi produzido em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde, em um processo que envolveu profissionais de saúde, educadores e representantes de organizações da sociedade civil de todas as regiões do Brasil. A conclusão contou ainda com o resultado de uma consulta pública que envolveu 436 participantes e recebeu 3.125 comentários e sugestões.

Saiba quais são os diferentes tipos de alimentos

Alimentos in natura: essencialmente partes de plantas ou de animais, como carnes, verduras, legumes e frutas.

Alimentos minimamente processados: aqueles submetidos a processos que não envolvam agregação de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Neste grupo estão arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho, de tapioca ou de trigo e massas frescas.

Alimentos processados: são fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar para torná-los duráveis e mais palatáveis e atraentes, como conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum de latinha, queijos e pães.

Alimentos ultraprocessados: são formulações industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro e com aditivos. Estão neste grupo salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, barras energéticas, sopas, macarrão e temperos instantâneos, batatas chips, refrigerantes e produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

Com informações do Ministério da Saúde

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