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Edital para o segundo hospital da gestão Haddad será publicado até dia 20

O terceiro hospital previsto no plano de governo, na Vila Matilde, zona leste, está em fase de elaboração do projeto executivo, que será finalizado até dezembro

Arquivo RBA

Entre 2010 e 2011, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), 4.049 leitos foram fechados em São Paulo

São Paulo – O edital para a construção do segundo hospital municipal da gestão de Fernando Haddad, na Freguesia do Ó, zona norte da cidade, deverá ser anunciado até dia 20 deste mês, de acordo com o secretário-adjunto de Saúde de São Paulo, Paulo Puccini. Serão mais 250 leitos, além dos outros 255 do hospital de Parelheiros, cujo edital foi lançado no último dia 22.

O terceiro hospital previsto no plano de governo, na Vila Matilde, zona leste, está em fase de elaboração do projeto executivo, que será finalizado até dezembro. Trata-se de um hospital de pequeno porte já em funcionamento, que deverá saltar dos atuais 50 leitos para 250. Para nenhum deles está definido se o modelo de gestão será por administração direta da prefeitura ou se ficará a cargo de uma organização social.

Além dos três hospitais, previstos no plano de governo de Haddad, foi anunciada em fevereiro a compra do Hospital Santa Marina Assistência Médica Internacional (Amil) por R$ 60 milhões. O hospital, que esteve fechado por quatro anos, ficará a cargo do Hospital Albert Einstein e oferecerá mais 260 leitos.

A prefeitura também negocia com o governo do estado a gestão do Hospital Sorocabana, uma instituição privada instalada em um terreno do estado, que foi fechada em 2010 e reaberta em junho de 2012, como uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial 24h (AMA), com gestão municipal. A intenção da prefeitura, segundo Puccini, é reformar o hospital de forma que ele possa ter 190 leitos.

“Estamos fechando nossa participação com o estado, definindo a parte de cada um. Assim, estamos construindo um projeto executivo para o hospital em conjunto para definir as responsabilidades”, afirmou. O hospital foi fechado por problemas de gestão financeira da entidade e retomado pelo governo do estado, proprietário da área. Vereadores do PT tentaram instalar uma CPI na Câmara de São Paulo em 2012 para apurar a falência do hospital.

Parelheiros

Os trâmites para a construção do hospital de Parelheiros começaram um ano e meio antes do lançamento do edital, com os processos de procura pelo terreno, sondagem, declaração de utilidade pública e desapropriação. O edital de obra do Hospital de Parelheiros deve ser finalizado em dezembro. A expectativa é que os trabalhos comecem em janeiro e sejam concluídos em pelo menos 20 meses.

“A nossa tentativa vai ser inaugurá-lo ainda nessa gestão. É uma possibilidade, mas não é uma coisa certa. Talvez fique para a próxima”, afirmou Puccini. “O projeto base-executivo, que traz o conjunto da obra, prevê 31 mil metros quadrados construídos, 255 leitos, e todas as áreas necessárias a um bom hospital geral de média complexidade.”

Como o hospital ficará distante do centro, o projeto prevê a construção de alojamentos para profissionais que trabalharão no equipamento, que podem chegar a 2 mil. “O equipamento deverá ter um forte componente de hospital-escola, de caráter universitário. Por isso incluímos no projeto a moradia para estudantes, residentes e para os próprios médicos.” Ainda não foram iniciadas negociações com universidades.

O distrito de Parelheiros e o vizinho Marsilac, que juntos concentram pelo menos 300 mil pessoas, não possuem nenhum leito hospitalar. Parelheiros conta com 18 unidades básicas de saúde, sendo uma indígena, dois centros de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs), dois centros de atenção psicossocial, um de residência terapêutica, um Centro de Especialidades Odontológicas, um Núcleo Integrado de Reabilitação, uma unidade de assistência domiciliar e um pronto-socorro.

“A região sul do município de São Paulo, que envolve 2,7 milhões de pessoas, conta com 0,7 leitos por mil habitantes. Isso é um índice extremamente baixo que não compreende o mínimo de necessidade, porque trabalhamos com a média de 2,5 a 3 leitos por mil habitantes”, afirma o secretário-adjunto.

Entre 2010 e 2011, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), 4.049 leitos hospitalares foram fechados em São Paulo, passando de 34.715 para 30.666, segundo levantamento da Rede Nossa São Paulo. Com isso, a proporção de leitos públicos na cidade por mil habitantes caiu de 3,08 para 2,71.