Lição de casa

Governo suspende venda de 161 planos de saúde

Suspensões são resultado de 13.079 reclamações de consumidores, recebidas entre dezembro e março, sobre 513 operadoras

Elza Fiúza/ABr

Dos planos suspensos, 29 já estavam proibidos de ser comercializados desde o ciclo anterior

São Paulo – O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo, anunciaram hoje (14) a suspensão da venda de 161 planos de saúde de 36 operadoras, devido a reclamações excessivas de consumidores que tiveram prazos de atendimento descumpridos ou coberturas negadas.

Desses, 29 planos e 26 operadoras já estavam suspensos desde o ciclo de monitoramento anterior e não alcançaram as melhorias necessárias para serem reativados. As suspensões começam a valer na sexta-feira (16), em todo o Brasil.

Entre as operadoras suspensas no nono ciclo de Monitoramento da Garantia de Atendimento estão Allianz Saúde, Centro Trasmontano de São Paulo, Green Line, Marítima Saúde e oito operadoras da Unimed, entre elas a tradicional Unimed Paulistana. Neste ciclo, 21 operadoras saíram da lista de suspensão e 16 tiveram os serviços parcialmente reativados, o que beneficiou 1,3 milhão de consumidores, que contrataram 82 planos de saúde.

As suspensões deste ciclo são resultado de 13.079 reclamações recebidas de 19 de dezembro de 2013 a 18 de março de 2014 sobre 513 operadoras. A medida é adotada pela ANS a cada três meses, desde 2011. Os consumidores que já aderiram aos planos terão todos os serviços garantidos, a proibição é apenas incluir novas pessoas. A expectativa do governo é que 1,7 milhão de usuários dos planos de saúde em questão tenham problemas assistenciais sanados.

O Monitoramento da Garantia de Atendimento usa como base reclamações de problemas de assistência que chegam à ANS, incluindo rol de procedimentos cobertos, período de carência, rede de atendimento, reembolso e autorização para procedimentos.

Segundo Arthur Chioro, a ANS mediou a resolução de 86,3% dos conflitos entre consumidores e operados sem a necessidade de processos administrativos. “Ter o índice zero [de reclamação] passa a ser uma meta perseguida para quem quer uma imagem qualificada no mercado”, disse. “A suspensão da venda obriga a operadora a continuar com suas estratégias de mercado e se qualificar”, completou.

“Monitoramento é uma ferramenta permanente de indução de mudança de comportamento nas operadoras. Observamos preocupações de operadoras em tratar reclamações com mais zelo, pois estão sendo mais cobradas”, afirmou Longo. “As pessoas estão cada vez mais informadas sobre o processo de monitoramento. Elas estão se apropriando do direito de serem atendidas em momento oportuno”, completou.

Com informações da Agência Brasil e do Palácio do Planalto.

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