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Cursos de Medicina terão um ano para que alunos passem a cumprir estágio no SUS

Medidas aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação ainda precisam de aval do ministro José Henrique Paim. Conselho Federal de Medicina diz que oferta de 12 mil novas vagas até 2018 é inviável

Para Arthur Roquete, integrante do CNE, as novas diretrizes vão aprimorar a rede de saúde do país

São Paulo – As novas diretrizes curriculares para os cursos de Medicina, aprovadas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) no último dia 3, estipulam o prazo de um ano para a adaptação das instituições de ensino. As mudanças estão em processo de avaliação pelo ministro da Educação, José Henrique Paim.

A principal alteração do projeto atual com as diretrizes estipuladas em 2001 é a carga horária mínima de estágio no Sistema Único de Saúde (SUS). 35% da carga horária da graduação será destinada a estágio, e 30% terá de ser cumprida no SUS. Além disso, as faculdades serão avaliadas a cada dois anos e está prevista a criação de 12 mil novas vagas para estudantes de Medicina até 2018.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) contesta as mudanças e a maneira como foram determinadas. Mauro Luiz de Britto Ribeiro, conselheiro da entidade, afirma à TVT que as diretrizes curriculares de 2001 foram discutidas durante dez anos, e que as novas mudanças foram elaboradas ao longo de 180 dias. Para Mauro. “não existe estrutura física hospitalar, e de preceptora, ou seja, de médicos” para criação de 12 mil novas vagas de graduação e, por consequência, de residência medica no Brasil.

Arthur Roquete, integrante da Câmara de Educação Superior do CNE, aponta que o novo número de escolas de medicina que vão surgir aumentam a possibilidade do estudante estagiar nas unidades básicas de saúde. “Na medida em que você tem uma diretriz que aprimora a formação do graduado de Medicina, você acaba concorrendo para a melhoria das condições de saúde do país.”

A reformulação das diretrizes dos cursos de Medicina foi motivada pela Lei 12.871/2013, que instituiu o Programa Mais Médicos, com o intuito de aumentar o número de profissionais à disposição da rede de saúde brasileira. Inicialmente o governo cogitou tornar obrigatória a residência em saúde da família durante dois anos ou estender o período de graduação, tentativas de resolver o déficit de profissionais na atenção básica.

Assista à reportagem realizada pela TVT:

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