SP: prefeitura e estado selam parceria para ampliar rede de atendimento a dependente
Aumento de centros de atendimento terá financiamento federal. Cem leitos estaduais serão transferidos à prefeitura. Samu especializado será criado e gastos serão divididos
Publicado 26/04/2013 - 14h54
Haddad e Alckmin: cooperação para chegar a dezembro de 2014 com 240 leitos especializados (Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress)
São Paulo – O atendimento a dependentes químicos na cidade de São Paulo será reforçado até o fim do ano. O prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinaram hoje (26), no Palácio dos Bandeirantes, termo de cooperação para “interligar a rede”. A prefeitura, com verbas federais, vai ampliar o número de Centros de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPs AD) 24 horas, que deve passar de cinco para 30 até o final de 2014. Em contrapartida, o governo do estado irá ceder 100 vagas ao município para atendimento a dependentes, especialmente os viciados em crack.
“A regulação municipal dos leitos de retaguarda é essencial. Com isso, vamos criando a coordenação das ações necessárias para dar o melhor atendimento às famílias e aos dependentes”, afirmou Haddad.
O governador e o prefeito também chamaram atenção para a criação de um serviço de informações por telefone, cujo número ainda não foi divulgado, e um Serviço de Atendimento Móvel de urgência (Samu Álcool e Drogas) especializado no socorro a dependentes químicos. Atualmente, nenhuma das 140 equipes do serviço tem treinamento para esse tipo de atendimento. Por isso, cinco novas equipes treinadas para esse tipo de abordagem serão incorporadas até o final de maio. Os custos serão divididos pelos dois níveis de governo, em uma parceria inédita.
Alckmin classificou a parceria como “extremamente positiva”. Desde 2012, o governo tem tomado a frente em ações na região da Luz, no centro da capital, onde fica a chamada cracolândia. No entanto, nenhuma delas teve resultados positivos, somente provocaram críticas e ações judiciais. O anúncio no início do ano de um programa estadual para agilizar internações, inclusive compulsórias, resultou em enorme aumento da procura no Centro de Referência Álcool e Drogas (Cratod), administrado pelo estado, mas a rede não estava preparada.
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Com as parcerias anunciadas hoje, os CAPs, de responsabilidade do município, voltam ao centro da discussões. “Nós vamos integrar o atendimento primário da prefeitura com a retaguarda hospitalar do estado. Uma regulação conjunta e um Samu conjunto para a gente poder aproveitar melhor os nossos recursos e ampliar esse atendimento para quem precisa”, disse Alckmin.
Atualmente, a cidade tem 80 CAPs, sendo 25 AD (álcool e drogas), mas apenas cinco com atendimento nível 3, os únicos abertos 24 horas. Os CAPs são a porta de entrada para o tratamento à dependência química e oferecem atendimento ambulatorial, ou seja, sem internação. Cada unidade AD nível 3 tem oito vagas para a observação de pacientes.
Com as medidas, cinco dos outros 20 centros existentes devem passar a nível 3 e, portanto, ter atendimento 24 horas. Além disso, outros cinco devem ser construídos ainda este ano. Até a conclusão da expansão em dezembro de 2014, 30 centros terão atendimento em tempo integral, totalizando 240 leitos. O número de Unidades de Acolhimento e Residência Terapêutica Especial também devem aumentar de 11 para 25 e serão abertos 16 Consultórios de Rua na região da Luz.
Segundo o prefeito, 11 mil funcionários da área de saúde estão sendo capacitados para atendimento aos dependentes químicos.