Ministério da Saúde lança diretrizes para diagnóstico precoce do autismo

Segundo estimativas, o Brasil tem 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançou cartilha com diretrizes para a detecção precoce do Transtorno do Espectro do Autismo (Foto: Valter Campanato/ABr)

São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançou hoje (1º) a Diretriz de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo. Escrita em forma de cartilha, é uma ação conjunta de profissionais, pesquisadores e especialistas de diversas entidades que tem como objetivo orientar equipes multiprofissionais dos serviços de saúde para o cuidado da pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Escrita em linguagem simples e acessível, a cartilha pode ser consultada também por pessoas leigas.

Inédita, a diretriz traz uma tabela com indicadores do desenvolvimento infantil e sinais de alerta para que pediatras e outros profissionais possam detectar precocemente o autismo em crianças de até três anos e encaminhá-las a especialistas em neurologia ou psiquiatria. A cartilha, que será distribuída em todo Sistema Único de Saúde (SUS), também estará disponível para download no site do Ministério da Saúde.

O autismo é um conjunto de alterações de linguagem e de sociabilidade que afetam o portador do transtorno em maior ou menor intensidade, podendo ainda trazer limitação nas capacidades funcionais e nas interações sociais. Por isso, exige cuidados específicos e acompanhamento especializado ao longo da vida. A Associação Brasileira de Autismo (Abra) estima que 2 milhões de brasileiros sofram de TEA.

“O tratamento precoce do TEA é muito importante no desenvolvimento da criança autista. Com isso é mais fácil encaminhá-la para os primeiros atendimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde”, destacou Padilha.

O tratamento é definido pelo grau de intensidade do transtorno. Casos de menor intensidade serão tratados nos Centros Especializados de Reabilitação (CER) do SUS. Atualmente existem 22 unidades em construção, 23 em fase de habilitação e 11 convênios de qualificação para que entidades já em funcionamento passem a funcionar como CER.

Casos de maior grau de intensidade do transtorno serão encaminhados para centros específicos que serão habilitados pelo Ministério da Saúde em todo o país.

Para a presidenta da Abra, Marisa Furia Silva, o diagnóstico precoce do autismo sempre foi a maior preocupação. “Com as diretrizes, os pediatras estarão orientados a detectar sinais e poderão encaminhar as crianças para acompanhamento especializado. Com isso, não haverá tantos prejuízos ao desenvolvimento dessas crianças”, afirmou.

A diretriz integra o plano Viver Sem Limites: Plano Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência, lançado em dezembro de 2011. Segundo o Ministério, em 2012 foram investidos R$ 891 milhões na saúde da pessoa com deficiência. Até 2014 está previsto investimento de R$ 1,4 bilhão.

 

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