Movimentos protestam contra fechamento de centro de referência em Aids em São Paulo

São Paulo – Integrantes de movimentos sociais se reúnem amanhã (28) em frente ao Centro de Referência e Treinamento (CRT) em DST/Aids, na zona sul de São Paulo, em protesto contra […]

São Paulo – Integrantes de movimentos sociais se reúnem amanhã (28) em frente ao Centro de Referência e Treinamento (CRT) em DST/Aids, na zona sul de São Paulo, em protesto contra o possível fechamento dos 24 leitos disponíveis no local. O objetivo da manifestação, em frente à estação Santa Cruz do Metrô, é mobilizar pacientes, ativistas e militantes da saúde pública para impedir a transferência desses leitos para o hospital Emílio Ribas, que recebeu os 3.500 pacientes cadastrados na Casa da Aids, fechada em junho deste ano, além de outros 6.500 que o hospital já atendia.

Os 24 leitos do CRT ficam à disposição de pacientes com casos mais complexos ou de maior gravidade. De acordo com o presidente do Fórum de ONG/Aids, Rodrigo Pinheiro, a atenção aos pacientes pode ser precarizada e prejudicar as cerca de 5.000 pessoas atendidas pelo CRT. “Concentrar todo o atendimento no Emílio Ribas é perigoso para os pacientes porque pode acarretar superlotação, demora em exames e procedimentos, em uma população que não pode correr riscos”, diz. Pinheiro afirma que os novos casos de pessoas contaminadas já sofrem dificuldade de atendimento por conta da alta demanda. Segundo o ativista, a justificativa do governo para a mudança do atendimento da Casa da Aids foi a falta de recursos financeiros para mantê-la.

Para o coordenador do Fórum Popular de Saúde de São Paulo, Paulo Spina, a motivação é a entrega da administração do hospital Emílio Ribas para uma organização social de saúde (OSS). “Temos um atendimento de excelência no CRT, reconhecido mundialmente, que recebe recursos estaduais, federais e internacionais. Isso tudo vai ser colocado para gestão da OSS Fundação Faculdade de Medicina dentro da lógica de privatizações do governo de São Paulo”, afirma Spina.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo informou que não que não está em discussão o fechamento de leitos para pacientes com HIV no Centro de Referência e Treinamento em DST-Aids e que mesmo com fechamento da Casa da Aids não há superlotação no hospital Emílio Ribas, pois o novo ambulatório, inaugurado no fim do ano passado, foi projetado para realizar 70% mais atendimentos do que fazia antes.

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