Hospitais públicos são principal canal de atendimento de saúde para 68%

Pesquisa indica que maioria dos brasileiros desaprova atendimento e é contra criação de imposto para financiar setor

No estudo apresentado, 79% dos entrevistados fizeram algum tratamento de saúde na rede pública (Foto: Divulgação / Agência de Notícias do Acre)

São Paulo – Hospitais públicos são a principal forma de atendimento de saúde no país para 68% da população, indica pesquisa do instituto Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira (12).  A rede privada é usada de forma exclusiva por apenas 10% que, em sua maioria (91%), possuem planos de saúde que permitem a opção.

Para quem usa apenas a rede pública de atendimento, apenas 1% tem convênio médico. Ao todo, 24% têm plano de saúde contratado, normalmente bancado pelo empregador. O estudo da CNI aponta ainda que, nos últimos 12 meses, 79% dos entrevistados que fizeram algum tratamento de saúde usaram a rede pública. Foram 2.002 entrevistados em todo o país.

A nota do sistema público conferida por seus usuários foi de 5,7 em uma escala de zero a 10. No caso dos hospitais particulares, a avaliação foi de 8,1 de seus usuários. São 61% do total de participantes do levantamento os que consideram a rede pública péssima ou ruim, e 10% boa ou ótima.

As campanhas de vacinação são a iniciativa mais visível para a população entre as promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Outras recebem avaliações desfavoráveis. Entre os entrevistados, 42% disseram que não perceberam melhorias no sistema nos últimos anos e 43% opinaram que ele piorou. As melhores avaliações do sistema estão na Região Sul, onde 30% consideram o SUS bom ou ótimo. No Nordeste, 62% consideram-no ruim ou péssimo.

Reprovam a situação do sistema público de saúde 61% dos entrevistados. O patamar dos favoráveis à necessidade de novos investimentos (95%) é quase o mesmo dos contrários à criação de novos fontes de receita para melhorar a situação (96%). A implantação de um novo tributo para o setor, nos moldes da Comissão Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta em 2007, é cogitada por parlamentares e defensores do SUS, além de ter sido encampada pelo ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão.

A fonte dos recursos para melhorar o atendimento viria do combate à corrupção para 82% dos entrevistados. A redução de desperdícios poderia ajudar na visão de 53%, enquanto 18% consideram que verbas de outras áreas deveriam ser realocadas para a saúde.

O maior problema do SUS é a demora no atendimento, segundo 55% dos entrevistados, usuários ou não da rede pública. A falta de equipamentos e de unidades de saúde é apontado por 10%, enquanto a escassez de profissionais é citada por 9%.

Para enfrentar os problemas, 57% defendem contratação de mais médicos e 54% concordam que é importante o governo investir para aprimorar hospitais e postos de saúde. Há ainda apoio de 30% para a possibilidade de aumentar o salário dos médicos.

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