Gastos públicos com saúde cresceram de 2007 a 2009, aponta IBGE

São Paulo – Embora as famílias tenham gasto em saúde mais do que o governo entre 2007 e 2009, o setor público é o que mais aumentou investimentos na área […]

São Paulo – Embora as famílias tenham gasto em saúde mais do que o governo entre 2007 e 2009, o setor público é o que mais aumentou investimentos na área no mesmo período. O dado é da publicação Conta-Satélite de Saúde 2007-2009, divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Segundo o portal de notícias da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem especialistas envolvidos nas pesquisas e na elaboração do documento, no período avaliado as famílias foram responsáveis, em média, por 56,3% das despesas com o consumo final de bens e serviços de saúde. Mas o crescimento real do consumo em relação ao ano anterior desses bens e serviços pelo governo (6,3% em 2008 e 5,2% em 2009) foi respectivamente maior que o das famílias (5,3% e 3,5%). 

De acordo com o documento, os gastos familiares desaceleraram de 2008 a 2009. No último ano analisado, 2009, a despesa chegou a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, R$ 157 bilhões. E a despesa da administração pública com esses bens e serviços foi de mais de R$ 123 bilhões (3,8% do PIB). Já o gasto de instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias chegou a R$ 2,9 bilhões, cerca de 0,1% do PIB. 

Segundo a pesquisadora Maria Angélica Borges dos Santos, “na comparação dos gastos públicos com os privados, é preciso destacar o aumento da participação pública nas despesas em saúde, ainda que os gastos das famílias continuem superiores ao do governo.” 

A publicação do IBGE visa a sistematizar informações sobre atividades econômicas, bens e serviços relacionados à saúde, com dados sobre valor adicionado, geração de emprego, investimentos e consumo. 

No geral, segundo o estudo, cerca de 9% do PIB do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde. Serviços como atendimento hospitalar e consultas médicas mobilizaram 5,6% do PIB e as despesas com consumo final de medicamentos, 1,9%. As despesas públicas per capita com consumo de bens e serviços de saúde foram de R$ 645,27 em 2009. Já as despesas per capita privadas foram de R$ 835,65 nesse ano. 

A renda proveniente de atividades econômicas de saúde (R$ 173,3 bilhões) cresceu 2,7% em 2009, uma desaceleração em relação a 2008, quando havia crescido 5,9%. Ainda assim, a saúde avançou mais do que o restante da economia (-0,3% em 2009 e 4,8% em 2008 nos mesmos períodos). Em 2009, 4,5% dos postos de trabalho diretos e 7,8% das remunerações pagas aos trabalhadores estavam em atividades de saúde. 

Em relação às famílias, em 2009 as principais despesas de consumo final foram com serviços relacionados com atenção à saúde, como consultas médicas e odontológicas, exames laboratoriais etc. (36,3% do total) e com medicamentos para uso humano (35,8%). No que se refere à administração pública, a maior parte da despesa com bens e serviços de saúde em 2009 (R$ 123,6 bilhões) foi com serviços de saúde (66,4% do total). 

Já a produção privada de serviços (de unidades privadas contratadas pelo SUS) respondeu por 10,8% das despesas de consumo do governo com saúde. As despesas de consumo final com medicamentos para distribuição gratuita corresponderam a 5,1%. 

Com informações da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz)

 

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