Apesar de estar na vanguarda, SUS tem um problema sério de gestão, admite Dilma

Dilma evitou se posicionar sobre a criação de um novo imposto para custear a saúde pública (Foto: Roberto Stuckert Filho/Pr) São Paulo – Para a presidenta Dilma Rousseff, o Sistema […]

Dilma evitou se posicionar sobre a criação de um novo imposto para custear a saúde pública (Foto: Roberto Stuckert Filho/Pr)

São Paulo – Para a presidenta Dilma Rousseff, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos diferenciais do Brasil em relação à saúde pública mundial, entretanto, apresenta graves problemas de gestão. Nesta quinta-feira (29), em entrevista à TV Record, ela destacou os problemas com os quais o país tem de se defrontar para resolver o déficit do governo com a população na área da saúde.

“(O SUS) tem um problema sério de gestão sim. Temos recursos e temos de melhorar o uso desses recursos”, reconheceu a presidenta. “Temos de formar pediatras, que é algo que não forma no país, financiamos o curso, e se ele (o médico formado) se dispor a servir no SUS durante dois anos, ele não precisa pagar o financiamento.”

Dilma defendeu o modelo de saúde pública no país. “Tenho obrigação de falar com a população o que ela tem direito de ouvir. Você conta nos dedos o país que tem um sistema universal de saúde. No Brasil, temos isso, e todo mundo tem de ser atendido gratuitamente. Mas há um déficit de investimento muito grande. Somos a sétima economia mundial e a Argentina investe 42% per capita a mais do que nós em saúde, o Chile, 27%”, afirmou Dilma.

Para ela, a saúde no Brasil é “desafiadora”, e afirmou ter o compromisso de “fazer de tudo para melhorar a área”, especialmente a qualidade dos hospitais e ampliar o número de médicos, o que envolve impedir que esses profissionais fiquem concentrados em determinadas regiões do país. “O governo federal tem de provar que nós podemos aperfeiçoar a saúde.”

Dilma lamentou as mortes e todos os outros problemas recorrentes que se dão pela falta de atendimento nos hospitais públicos, ela comentou que mesmo em São Paulo, a densidade de médicos está muito mal disposta, com lugares onde “quase sobram” médicos, enquanto outros têm nenhum. A presidenta avaliou que o brasileiro entende dos seus direitos à saúde de qualidade, gratuita, e precisa cobrar por isso.

Porém, ela evitou se posicionar sobre a possível nova Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), ou outro imposto equivalente. Na segunda-feira (26), a Contribuição Social para a Saúde (CSS), foi descartada do texto da Emenda 29, em votação da Câmara dos Deputados.

Envelhecimento da população

A presidenta Dilma falou também sobre o envelhecimento da população nacional. A perspectiva é de que o país tenha maioria de idosos dentro de alguns anos. “Antes de ficarmos com a população mais velha, ficaremos mais ricos”, garantiu Dilma. “É importante ficarmos mais ricos antes de ficarmos um país dominantemente mais velho.”

“Somos um país que tem uma faixa etária que é aquela da melhor idade, para dar sustentação para as partes que não podem trabalhar (idosos e crianças). Além de estarmos numa situação muito boa do ponto de vista econômico, temos uma população numa faixa etária absolutamente adequada para a gente dar um salto de crescimento. E quando o fizermos temos de olhar cada vez mais para os nossos aposentados”, acrescentou a presidenta.

“Hoje 70% dos aposentados têm as suas aposentadorias corrigidas pelo salário mínimo. Como ele cresce de acordo com o PIB de dois anos antes mais a inflação, o ano que vem será mais ou menos 14% de reajuste. Progressivamente, o Brasil tem de olhar para essa população e lhe garantir uma melhor qualidade de vida”, explicou Dilma.

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