Mortalidade materna é desafio para o país, diz Temporão

Temporão aponta dificuldade de reduzir em 75% o número de mortes das mães durante o parto (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil) Brasília – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou […]

Temporão aponta dificuldade de reduzir em 75% o número de mortes das mães durante o parto (Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Brasília – O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou nesta terça-feira (4) que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio que prevê a redução da mortalidade infantil em 75% será atingido com tranquilidade até 2015, mas alcançar o que estabelece a queda da mortalidade materna em 75% até o mesmo ano não será tão fácil.

O Brasil registra, até o momento, uma redução de 46% no total de mortes maternas desde 1990. Entretanto, dados do Ministério da Saúde revelam que os números não têm sofrido grandes alterações nos últimos anos. Em 1996, por exemplo, foram registradas 1.520 mortes, contra 1.540 em 2008.

Segundo Temporão, entre os principais problemas estão as discrepâncias regionais, já que o Sul e Sudeste apresentam taxas de mortalidade materna muito mais baixas do que o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Há ainda a questão da subnotificação – de acordo com o ministro, a melhora do sistema de notificação e de monitoramento dos estados e municípios pode ter influenciado o registro de mortes maternas.

“A expectativa é de que o avanço que conseguimos no Sul e no Sudeste possa ser estendido às demais regiões do país”, disse. “É um grande desafio para o SUS (Sistema Único de Saúde) e para a sociedade brasileira”, completou.

De acordo com a pasta, houve avanço em áreas como a expansão e a qualificação da atenção obstétrica. Em 2009, foram realizados 20 milhões de consultas, 19 milhões a mais do que em 1994. Há ainda os investimentos em educação sexual. Temporão destacou que o momento do parto é importante, mas há todo um contexto de planejamento da gestação que deve ser levado em consideração.

Ele lembrou que leis como a que garante a presença do parceiro na sala de parto, por exemplo, não são cumpridas na maior parte do país e que ainda há partos assistidos por profissionais não qualificados para o procedimento. Outra questão, segundo o ministro, é o que chamou de “epidemia de cesarianas”. No SUS, cerca de 30% dos partos são cesarianas. Na rede particular, o índice chega a 80%.

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