Mulheres pobres cuidam menos da saúde, diz IBGE

Rio de Janeiro – Mulheres pobres e com baixa escolaridade encontram barreiras para detectar câncer de mama e do colo do útero, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia […]

Rio de Janeiro – Mulheres pobres e com baixa escolaridade encontram barreiras para detectar câncer de mama e do colo do útero, segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito com o cruzamento de dados de renda e escolaridade com de realização de exames preventivos em mulheres com mais de 25 anos.

Divulgado nesta quarta-feria (31), a pesquisa Panorama da Saúde no Brasil mostra que enquanto entre mulheres que frequentaram a escola por mais de 11 anos o percentual das que fizeram mamografia é de 60,9%, entre as que registram até um ano de escolaridade o índice cai para 47,5%.

Por faixa de renda, das que recebem mais de cinco salários, 81,1% se submeteram ao exame, porém apenas 28,8% das mulheres com menos de um quarto do mínimo realizaram o preventivo.

Quando avaliado se o procedimento clínico foi feito por um médico ou profissional de saúde, as desigualdades se mantêm, assim como para o preventivo de câncer do colo do útero. Entre as mulheres com mais de 11 anos de estudo, o percentual é de 90,7%, contra 65% entre as com menos de um ano. Quanto avaliada a renda, entre as com menos de um quarto de salário, o percentual das que realizaram o preventivo é de 77%, ante 95,4% das que recebem  mais de cinco mínimos.

O estudo, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2008, também traz um como dado inédito, o levantamento de mulheres que fizeram cirurgia de retirada de útero (histerectomia) por diversos fatores. Segundo a pesquisa, existem no país 4,3 milhões de mulheres que passaram por tal procedimento, o que corresponde a 7,4% das 58 milhões de brasileiras com mais de 25 anos.

Na avaliação do presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, o índice é alto e demonstra que a rede básica ainda é ineficiente. “Tanto no caso de planejamento familiar como de medida médica, o dado [sobre número de cirurgias] é alarmante. As mulheres que retiraram o útero, cirurgia traumatizante, sofreram de lesões que não foram diagnosticadas a tempo.”

Preservativos

Mulheres atendidas pelo programa Bolsa Família são o foco da nova campanha publicitária do governo federal de orientação ao uso de preservativos. O Ministério da Saúde constatou que o número de infecções por HIV vem crescendo entre o sexo feminino. Atualmente, para cada 15 homens, dez mulheres estão infectadas.

A campanha “Camisinha, um Direito Seu” é uma ação conjunta dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social de Combate à Fome e da Secretaria Especial de Política para as Mulheres. Foram produzidos cartazes, banners, panfletos além de spots para o rádio.

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