Pênis criado em laboratório ajuda coelhos a se reproduzirem

Washington – Pesquisadores criaram pênis artificiais em coelhos usando células dos próprios animais, que então usaram seus novos órgãos para gerar filhotes. O trabalho aproxima os cientistas da possibilidade de […]

Washington – Pesquisadores criaram pênis artificiais em coelhos usando células dos próprios animais, que então usaram seus novos órgãos para gerar filhotes.

O trabalho aproxima os cientistas da possibilidade de produzir outros órgãos sólidos complexos, como fígados, usando as células dos próprios pacientes, disseram os pesquisadores na revista Proceedings of the National Academy of Sciences na segunda-feira.

O Dr. Anthony Atala, do Instituto de Medicina Regenerativa do Centro Médico Batista da Universidade Wake Forest, que comandou o estudo, disse que o resultado proporciona um transplante feito sob medida para o paciente.

“O tecido estando presente, o corpo o reconhece como sendo seu”, explicou Atala em entrevista por telefone.

Atala escolheu o pênis para o experimento porque é urologista pediátrico, especializado há anos em desordens e defeitos congênitos da bexiga e dos órgãos sexuais.

“Foi essa a inspiração deste trabalho. O tempo todo vemos bebês que nascem com a genitália deficiente. Não existem opções boas”, disse Atala.

Ele também é especialista em medicina regenerativa, que emprega as células do próprio corpo para reparar danos. No caso dos coelhos, a equipe de Atala usou células comuns, não as células-tronco frequentemente empregadas em pesquisas dessa natureza.

Empresas como a Geron e a Advanced Cell Technology têm modelos econômicos baseados em tecnologia desse tipo.

A equipe de Atala primeiro criou uma armação usando o pênis de um coelho, do qual removeu todas as células vivas, deixando apenas cartilagem. Então pegou um pequeno pedaço de tecido do pênis de outro coelho e fez as células crescerem em laboratório.

Atala disse que sua equipe levou 18 anos para completar o trabalho. “Tivemos que encontrar os fatores de crescimento certos, o caldo certo no qual fazer as células se reproduzirem”, explicou.

Eles usaram dois tipos de células: células da musculatura lisa e células endoteliais, o tipo de célula que reveste os vasos sanguíneos.

As células da musculatura lisa formaram o tecido esponjoso do órgão, e as células endoteliais formaram vasos sanguíneos – muito importantes em um órgão como o pênis, que requer um bom suprimento de sangue.

As células foram plantadas na armação, e seis semanas depois os pesquisadores tinham um pênis para enxertar em coelhos que tinham tiveram seus órgãos sexuais extirpados.

Fonte: Reuters

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