Confirmada primeira morte por gripe suína no Brasil; ministério anuncia novas medidas

Paciente gaúcho esteve na Argentina e faleceu na manhã do domingo (28); Ministério da Saúde definiu novas medidas para evitar o alastramento do contágio

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, confirmou no domingo (28) a primeira morte relacionada ao vírus Influenza A (H1N1) no País – um morador do Rio Grande do Sul que esteve na Argentina por sete dias. No mesmo dia foram confirmados 36 novos casos da doença, o que eleva o total para 627 casos confirmados. 

De acordo com Temporão, em todo o mundo, já se percebe a queda da letalidade relacionada ao novo vírus – atualmente, na faixa de 0,4%. No Brasil, a taxa é de 0,16%. Ele afirmou que o ministério e as secretarias estaduais e municipais de saúde têm feito o necessário para evitar que a doença se espalhe e que outros óbitos venham a ocorrer.

O ministério acompanha mais um caso de paciente que inspira cuidados. Está sendo investigada a morte, na última sexta-feira (26), de um paciente norte-americano no Rio Grande do Sul.

Temporão afirmou que esse cenário era esperado porque houve aumento do número de países com casos confirmados, tanto é que a Organização Mundial de Saúde alterou o nível de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional de nível 5 para nível 6 no último dia 11 de junho, caracterizando, assim, a pandemia. Hoje, no mundo, são 114 países, com 71.320 casos confirmados da doença e 320 óbitos.

O ministro também atribuiu o crescente de notificações ao aumento também do número de viajantes, em período de feriado e férias, para os países com transmissão sustentada do vírus. Segundo a OMS, são eles: Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e, nos últimos dias, também o Reino Unido. Como a doença é nova, ainda devemos acompanhar a evolução da letalidade, até porque esse índice é variável de país a país”, disse Temporão.

Cuidados
 

O ministério ampliou os cuidados para reduzir o potencial de resistência do vírus Influenza A (H1N1) ao tratamento da doença e para agilizar ainda mais a confirmação dos casos no Brasil.

“Estamos selecionando o medicamento para aqueles casos efetivamente necessários: Primeiro, aqueles que cursem de forma mais grave desde o início, em que os sinais e sintomas apontem para uma maior gravidade; em segundo um conjunto de pacientes portadores de situações crônicas, principalmente, onde a indicação de uso imediato da medicação é total”, acrescentou Temporão. 

A Organização Mundial da Saúde vem alertando as autoridades sanitárias e a população de todos os países para o fato de que o uso indiscriminado do medicamento para tratar pessoas infectadas pelo vírus Influenza A (H1N1) poderá tornar o vírus mais resistente e abrir caminho para o surgimento de novas cepas, ampliando os riscos à saúde pública.

Novas medidas

Medida 1: Os estados e municípios passaram a contar com parâmetros básicos, para orientar eventuais suspensões de atividades em locais públicos ou coletivos. É o caso de creches, escolas, empresas, por exemplo. A recomendação é que se evite fechamentos desnecessários desses locais, o que poderia aumentar essa sensação de intranqüilidade entre a população. O que o ministro reiterou é que não sejam tomadas medidas sem a consulta prévia aos órgãos de vigilância sanitária e de saúde pública de cada município.
Medida 2: Houve ampliação dos cuidados para se reduzir o potencial de resistência do vírus ao tratamento e para se evitar que uma maior quantidade de pessoas desenvolva reações à medicação aplicada para os casos de Influenza A (H1N1). Isso significa uma mudança de protocolo no atendimento dos pacientes.
A preocupação é dar medicamento nos casos clínicos onde não é necessário dar medicamento, onde o próprio organismo vai dar um andamento natural a essa doença sem nenhum tipo de risco à pessoa. Estou impedindo um contato excessivo do vírus com o medicamento e uma futura possibilidade de desenvolvimento de resistência”, observou Temporão. “A grande maioria das pessoas que estão contraindo esse vírus desenvolvem um quadro brando de doença, com recuperação sem a necessidade de tratamento medicamentoso”.
Medida 3: O processo de confirmação dos casos, em parte, também muda. Até agora, eram utilizadas amostras de material biológico individual para confirmar a doença em cada paciente. A confirmação era sempre laboratorial e individual. Agora, quando houver ocorrência de infectação comprovada laboratorialmente em alguém, as pessoas com vínculo epidemiológico com aquele paciente, em uma mesma instituição – como escolas, creches e empresas –, e que apresentem sintomas do Influenza A (H1N1), passam a consideradas infectadas. O vínculo epidemiológico, então, tornar-se suficiente para a confirmação.

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