Na TVT

Como os jornalistas estrangeiros veem o Brasil por dentro

Profissionais da imprensa internacional contam suas impressões sobre o Brasil no programa da TVT

Reprodução/TVT

Jornalista do El Clarín ressalta o extremismo no Brasil

Já fomos o país do carnaval, da bossa nova e do futebol. Aliás, ainda somos tudo isso. E passamos a ser também o Brasil do desenvolvimento econômico, do ex-presidente metalúrgico, o B dos Brics, dos grandes eventos internacionais. Viramos a bola da vez. Não, não é egocentrismo. É a opinião declarada por correspondentes da imprensa internacional que atuam no país. Eles foram personagens do programa ABCD em Revista, da TVT, no mês que passou.

Cada vez mais a imprensa estrangeira mergulha no universo brasileiro. Assuntos como mensalão, política interna e o ex-presidente Lula são reportagens corriqueiras. Celebridades do mundo do esporte também. O correspondente da agência espanhola EFE, Waldheim Montoya, diz não haver um dia sem notícias sobre Neymar.

Antigamente era comum numa entrevista coletiva ter profissionais de países tradicionais, como Portugal, Inglaterra, Estados Unidos. Hoje, Montoya diz encontrar colegas das Filipinas e dos países do Oriente Médio. A agência Reuters é outro exemplo: aumentou o número de jornalistas. Todd Benson, diretor de redação, chama a atenção para, além do crescimento econômico, os eventos como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016.

Vira e mexe o Mundial é o assunto do dia. A jornalista Eleonora Gosmam, do argentino El Clarín, está apreensiva com os preparativos. Para ela, o atraso já é evidente, mas nem por isso vergonhoso. Ela considera haver uma infraestrutura hoteleira crescente no país e ressalta o extremismo brasileiro. O sucesso total ou o fracasso. “Não precisa ser dessa forma.”

Para o correspondente dos jornais Los Angeles Times e Financial Times, Vincent Bevins, que mora no Brasil há dois anos, chama a atenção a cobertura tendenciosa de alguns veículos. A imprensa brasileira, em sua opinião, tem apenas uma visão sobre os fatos. Não existe o outro lado da moeda. “Nunca vi em toda a minha vida um lugar onde toda a mídia tem uma tendência e o resto da população parece que tem outra.” Pablo Giuliano, correspondente da agência de notícias italiana Ansa, concorda e fala no poder econômico criando a tendência da mídia nacional.

Quando o assunto é a facilidade de trabalhar no país, eles dizem que, tirando um telefonema sem retorno ou uma demora para marcar entrevista, o trabalho é tranquilo. Todd Benson compara: “Países como Venezuela e Cuba, até mesmo Estados Unidos, são mais difíceis. Aí o jeitinho brasileiro pode ajudar. Entrar em uma reunião sem credencial é possível por aqui, seria impossível nos Estados Unidos.”

Conhecer profundamente o Brasil, além de um privilégio para os correspondentes, é importante para que a imagem do país seja formada de maneira séria. Daí a importância desses profissionais trabalhando de forma livre, levando ao público internacional a realidade brasileira.