Bastidores de uma missão antiterrorismo

Fernando Morais narra em ritmo de romance policial a saga dos agentes de Cuba presos pelo FBI por se infiltrar em organizações dos EUA que aterrorizavam a ilha

O agente René Gonzáles foi o primeiro a entrar na Flórida, em 1990. Saiu de Havana simulando ser um traidor da revolução cooptado pelo sonho americano. Nos dois anos seguintes, seria seguido por outros 13 companheiros, entre eles duas mulheres. A Rede Vespa estava pronta, com a missão de infiltrar-se entre organizações de direita que jamais digeriram a revolução de 1959. 

Com apoio de empresários e políticos norte-americanos, essas organizações contratavam mercenários para sabotagens como lançar pragas contra as lavouras e interferir nas comunicações do aeroporto de Havana. No início dos anos 1990, passaram a privilegiar o terror à indústria do turismo, base da economia da Ilha depois da derrocada da União Soviética. 

As ações incluíam de rajadas de metralhadoras contra turistas em praias cubanas a atentados a bomba em hotéis. As reclamações diplomaticamente dirigidas ao governo americano eram ignoradas. Distante apenas 160 quilômetros do maior império militar do mundo, restava ao governo cubano, para defender-se, a inteligência. Em 1998, uma ofensiva do FBI levou à captura dos agentes. Quatro esca­param. Outros cinco negociaram a liberdade em troca de informações. Restaram René e seus companheiros Fernando González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernán.

Habituado a grandes reportagens, o jornalista e escritor Fernando Morais foi atrás da história. O autor de A Ilha (1976, atualizado em 2001) e das biografias de Olga Benário Prestes, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho (traduzido em mais de 40 países), antes mesmo de ser escrever Os Últimos Soldados da Guerra Fria, lançado este mês pela Companhia das Letras, já havia vendido seus direitos  para cinema. Trata-se, segundo o autor, de uma história eletrizante como um romance policial. Mas que não tem uma única linha de ficção.

Leia nos próximos dias a entrevista completa, na edição de agosto da Revista do Brasil