Editorial

Calendário antecipado

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Jabor e a democracia: “A questão é como impedir o pensamento de uma velha esquerda”

O calendário eleitoral deste ano determina que a propaganda eleitoral será permitida a partir de 6 de julho. No mesmo período, os partidos políticos e as coligações estão liberados para realizar comícios. Mas, a exemplo do que acontece com a Copa do Mundo, quando a preocupação começa muito antes de rolar a bola, a campanha já começou de fato, sobretudo em relação à Presidência da República. Basta acompanhar atentamente o noticiário e a atuação dos governantes. Agora, um dos principais debates está na escolha dos vices, a partir do momento em que os candidatos ao Planalto estão praticamente definidos.

O primeiro desdobramento dessa corrida é o tratamento dado às notícias. Pautas podem ser reforçadas ou esvaziadas de acordo com as conveniências partidárias. Criam-se escândalos sazonais, que voltam acompanhando a agenda eleitoral. Donos de meios de comunicação, ou seus porta-vozes, gritam contra o Estado empunhando a bandeira da “liberdade de expressão” – apenas para eles, à medida que defendem também que o tratamento não deve ser igual para todos. A expressão não é nova, mas liberdade de imprensa tornou-se liberdade para as empresas, que em muitos casos adotam discursos raivosos ou ressentidos, na defesa de seus oligopólios.

Mas, paradoxalmente, não é no terreno da política que se conhecerão os programas de gestão para o Brasil. É no terreno da economia e das políticas sociais que o embate é mais acirrado, pois estarão em disputa dois projetos antagônicos. O que defende um Estado forte, que impulsione o crescimento econômico, com apoio de políticas sociais, e outro, defensor do liberalismo econômico, sem regulação, com redução do papel do Estado e diminuição de políticas públicas.

Por isso, o eleitor deve procurar se informar sempre de forma crítica e buscar a verdade no maior número de fontes possível. A internet oferece inúmeras alternativas de informação. Por mais que o barulho que se ouve no noticiário possa às vezes ensurdecer, é importante apurar os ouvidos para o que é fato – e para o que está atrás do fato. A liberdade de expressão é um patrimônio do qual ninguém pode abrir mão, mas não pode ser pretexto para perpetuar injustiças, distorcer fatos e caluniar pessoas. O preço da liberdade é a eterna vigilância, disse um pensador.