Editorial

Entre logo na briga

Sérgio Lima/Folha Imagem Dilma e Lula, Serra ao longe: o Brasil tem chance real de eleger sua primeira presidente Ano de Copa e de eleição mexe com o país. Em […]

Sérgio Lima/Folha Imagem

Dilma e Lula, Serra ao longe: o Brasil tem chance real de eleger sua primeira presidente

Ano de Copa e de eleição mexe com o país. Em outubro, mais de 130 milhões de brasileiros vão escolher o novo presidente da República, senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais. Será uma superdose de política partidária, mas antes, entre junho e julho, o país vai acompanhar mais uma Copa do Mundo de futebol para, novamente, sonhar com o título, desta vez de hexacampeão. Da seleção e seus adversários, pouco se tem certeza, mas na política os times já começam a se posicionar.

Sabe-se que, de um lado, concorre o governo Lula com a já pré-candidata Dilma Rousseff, que tenta fazer um gol de placa e se eleger a primeira mulher presidente do Brasil. Do outro lado, a coalizão PSDB-DEM, provavelmente com o governador paulista, José Serra, derrotado por Lula em 2002 (61% a 39%). Embora boa parte do eleitorado tenha interesse em uma terceira opção, as pesquisas parecem apontar para uma eleição bipolarizada, quase plebiscitária. Ou seja, a partida final tem tudo para ser entre Dilma e Serra.

Mais que nomes, os esquemas táticos, os programas, que em política são os mais importantes, estão bastante delineados. No time de Dilma, como já afirmou a candidata ao ter seu nome confirmado, está a defesa do Estado como impulsionador do crescimento econômico e da justiça social. Em resumo, retirar milhões de pessoas da miséria é fator de desenvolvimento.

Embora Serra esconda a decisão para momentos antes da partida – talvez preocupado com divergências internas –, algumas táticas já são conhecidas. O tucano é defensor do Estado mínimo e de privatizações em todos os setores. Recentemente, documentos do governo FHC, quando Serra era ministro do Planejamento, mostraram a intenção de privatizar tudo, inclusive a Petrobras – até o nome tentaram mudar: Petrobrax.

É preciso acompanhar os “locutores” da decisão, os grandes meios de comunicação, que às vezes narram o jogo para tentar mudar a vontade da torcida – o povo – na hora do voto. Por isso, é bom ver o jogo de perto e acompanhar cada lance. Nessa hora, vale citar uma frase do escritor Millôr Fernandes: “É melhor entrar logo na briga do que ser atingido por uma bala perdida como um inocente transeunte”.