Editorial

Organização sustentável

STRINGER Brazil/Reuters A CUT propõe a participação dos sindicatos também nas discussões ambientais Por força do calendário de distribuição para bancas e Correios, esta edição é fechada antes do 10º […]

STRINGER Brazil/Reuters

A CUT propõe a participação dos sindicatos também nas discussões ambientais

Por força do calendário de distribuição para bancas e Correios, esta edição é fechada antes do 10º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores – Concut, de 3 a 7 de agosto – e circula antes de se conhecerem as suas decisões. Mas mencionar aqui sua importância não torna essa mensagem precoce nem a envelhece. É uma forma de expressar a responsabilidade dos militantes sindicais e, também, de chamar a atenção dos leitores para um tema que traz reflexos em suas vidas.

A CUT foi importante na democratização do país, na proteção dos direitos dos trabalhadores na Constituinte e na resistência à agenda neoliberal. Nos últimos anos, assumiu com transparência o apoio ao governo Lula. “Sem a ingenuidade de acreditar que ele daria uma canetada: ‘artigo 1º, instale-se o socialismo; artigo 2º, revogam-se as disposições em contrário’, e não precisaria mais haver lutas, greves, mobilizações. Trata-se de um governo em disputa. Ganhamos a eleição, não o poder”, sintetizou o presidente da central, Artur Henrique da Silva Santos, em entrevista à edição 27 (agosto de 2008) da RdB.

A defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores de se fazer ouvir é exercício que nunca se esgota. E o 10º Concut acontece num momento de amadurecimento da central. A CUT, como interlocutora de uma fatia majoritária da sociedade, abraça o desafio de intervir com mais amplitude nas esferas do poder e fora dele. Por isso, prepara-se para dar à comunicação social – e à democratização do acesso à informação – prioridade estratégica.

Sobressaem ainda em seus debates a sustentabilidade e o futuro do planeta. Por exemplo, a proposta de ampliar o papel das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) para além das questões saúde e segurança; para que focalizem também os impactos da atividade de determinada empresa na área onde está instalada. E de incluir os sindicatos em processos de licenciamento ambiental para instalações de plantas de unidades industriais, obras de infra-estrutura ou empreendimentos agrários. Todas as áreas de atividade econômica podem ter representantes dos profissionais capazes de contribuir, do cálculo dos impactos à proposição de medidas compensatórias.

Desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer o atendimento das necessidades das futuras gerações. Assim, cabe ao movimento sindical absorver com efetividade essa causa. Para que além de sustentabilidade como peça de marketing, as empresas tenham a qualidade de vida das pessoas entre os patrimônios ambientais a respeitar, pelo equilíbrio do planeta.