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Mãos à obra e pés na terra

Feira de produtos da reforma agrária, realizada em São Paulo, mostrou lado menos conhecido da atividade do MST

JOKA MADRUGA/MST

Durante quatro dias, de 22 a 25 de outubro, uma feira movimentou o tradicional Parque da Água Branca, na zona oeste de São Paulo, inaugurado em 1929 e um reduto de apreciadores do ambiente interiorano. Os “feirantes” eram novidade para a megalópole. Vieram de 23 estados e do Distrito Federal, de assentamentos e acampamentos. Alguns viajaram dias e noites para participar da 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Ao expor os produtos feitos por trabalhadores rurais de todo o país, o MST pretendia exibir uma face menos conhecida, mas intensa, o resultado das ações dos sem-terra. Eles mostraram centenas de itens, de frutas a artesanato, passando por leite, arroz, café, açúcar mascavo, doces, queijo, mate, cachaça artesanal, feijão, sucos, rapadura, mel, castanhas, farinha. Uma­extensa produção que reflete a diversidade brasileira no campo e mostra, ainda com vários desafios a superar, a organização dos assentados e acampados em cooperativas.

A ideia também era debater a importância de desenvolver outros modelos de produção no campo, alternativos ao agronegócio, alertar para o perigo dos agrotóxicos e ressaltar o significado da agricultura familiar para a alimentação.

Em torno de 150 mil pessoas passaram pela feira, que reuniu ainda uma área de alimentação, com pratos de todas as regiões. Foram vendidas 220 toneladas de produtos. E a cantoria também correu solta. Além de músicos, alguns anônimos, que tocavam em várias áreas da feira, o palco recebeu gente como Pereira da Viola, Chico César, Zé Geraldo e o grupo de mulheres percussionistas Ilú Obá de Min.