‘A melhor coisa do mundo é a generosidade’
“A pior são os bancos”, diz José Pepe Mujica, diante de 10 mil jovens na Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Publicado 19/09/2015 - 09h48
O ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica fez história com sua simplicidade e sabedoria diante da multidão de jovens que lotou a concha acústica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no último 27 de agosto. Dois dias depois, encontrou-se com o ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo, e voltou a falar diante de milhares. Aos 80 anos, 14 vividos no cárcere da ditadura, sete deles na solitária, o socialista Mujica se tornou referência mundial de coerência e ética na política. E encantou com suas frases-lição.
“Não há homem insubstituível, há causas insubstituíveis. E essas causas precisam de defesa coletiva e organizada dos homens. Necessitamos de ferramenta coletiva para tratar de modificar a realidade.”
“Os estudantes têm que se dar conta que não é só uma mudança do sistema, é mudança de cultura. Não tem como sonhar com um mundo melhor se não gastar a vida lutando por ele.”
“Temos de superar o individualismo e criar consciência coletiva para transformar a sociedade.”
“É a hora de um continente distinto, de uma civilização distinta. Não podemos imitar a Europa, o Japão. Não podemos querer desenvolvimento com sofrimento, com angústia. A generosidade é o melhor negócio para a humanidade. Os bancos são o pior.”
“Há que gastar um tempo para trabalhar, porque se não trabalha está vivendo de outro que trabalha. Mas tem que ter tempo para o amor, os filhos, os amigos. Se sua vida se transforma em pagar contas e trabalhar horas e horas, haverão comprado toda sua liberdade.”