Mostra afro de arte contemporânea em São Paulo
Em cartaz até 30 de agosto no Museu Afro Brasil. Confira essa e outras atrações
Publicado 11/07/2015 - 13h46
Até 30 de agosto, o Museu Afro Brasil, em São Paulo, promove a maior mostra de arte contemporânea africana já realizada no país. Com instalações, pinturas, esculturas, vídeos e moda, a exposição Africa Africans apresenta cerca de 100 obras que traçam um panorama da recente criação visual de vários países daquele continente. Um dos destaques é a instalação The British Library, do artista nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE, composta por 6.225 livros encapados com tecidos africanos que refletem questões ligadas ao colonialismo, pós-colonialismo, identidade, deslocamento e refúgio. De terça a domingo, das 10h às 18h, no Parque Ibirapuera.
Informações: (11) 3320-8900. Grátis.
Mulher e fé
Na exposição Fé Menina, em cartaz até o dia 31 de julho na Imã Foto Galeria, em São Paulo, a fotógrafa Nair Benedicto faz um retrato da mulher brasileira da década de 1970 até os dias atuais. Com curadoria de Egberto Nogueira, a mostra traz uma coletânea de imagens que traçam um perfil da condição feminina: em prisões, passeatas, aldeias indígenas ou no carnaval, Nair dá voz às mulheres e mostra que, apesar de a discriminação de gênero ainda ser uma realidade, elas vêm conquistando cada vez mais seu espaço na sociedade. De segunda a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 17h, na Rua Fradique Coutinho, 1.239, na Vila Madalena, (11) 3816-1290. Grátis.
Música e protesto
Depois de passar pelos grupos Mestre Ambrósio e A Fuloresta, Siba lança seu segundo álbum solo, De Baile Solto (YB Music). As dez músicas autorais trazem jogos de palavras, crítica social e ritmos de rua e de raiz de sua terra natal, Pernambuco. Em Marcha Macia, ele provoca: “Passar no caixa, voltar sempre, comprar mais/ Que bom ser parte da maquinaria!/ Teremos muros, grades, vidros e portões/ Mais exigências nas especificações/ Mais vigilância, muito menos exceções/ Que lindo acordo de cidadania!”. Embaladas por uma guitarra africana do Congo, as canções passeiam pela ciranda e pelo maracatu. De Baile Solto,assim como toda a discografia de Siba, pode ser baixada de graça em www.mundosiba.com.br.
Histórias de uma tribo
Diz uma lenda indígena que Deus criou o mundo e prometeu que voltaria no dia seguinte para entregar ferramentas para os povos. A única etnia que não esperou pelos utensílios foi a dos índios Kadiwéu, e por isso o Criador, com um forte sopro, lhes concedeu uma imensidão de terra onde viveriam e de onde tirariam seu sustento. E assim foi até que chegaram os pecuaristas. Quinze anos depois de ter feito o filme Brava Gente Brasileira com participação dos Kadiwéu, Lucia Murat lança o documentário A Nação que Não Esperou por Deus, que conta a história e os conflitos pelos quais a tribo vem passando. A cineasta acompanhou as transformações que o contato com a sociedade branca trouxe para a etnia: entre um filme e outro, chegaram até a tribo luz elétrica, televisão, cinco diferentes igrejas evangélicas, drogas, bebidas e assassinatos. “As reuniões que filmamos entre os Kadiwéu e os pecuaristas sobre a questão das terras e que estão apresentadas no documentário são reveladoras não somente da situação atual, mas dos preconceitos que se acumularam na história da conquista”, afirma Lucia. O filme estreia nos cinemas em 16 de julho.
Arte em toda parte
Cidade de Deus, Complexo do Alemão/Penha, Grande Tijuca, Manguinhos, Providência, Rocinha e Vila Kennedy devem apresentar sua produção cultural durante um final de semana até agosto no Circuito Favela Criativa. Teatro, dança, música, moda, arte urbana, turismo, gastronomia, cultura popular, artes visuais e saraus são algumas das atividades previstas na programação, que tem o objetivo de divulgar e fazer circular a produção artística das favelas cariocas. Confira a programação completa em www.favelacriativa.rj.gov.br. Grátis.
Pesadelo em Guantánamo
Tortura, humilhação, terror e desespero é o que descreve Mohamedou Ould Slahi em seu livro Diário de Guantánamo (Companhia das Letras, 464 págs.), primeiro relato feito de dentro da prisão militar norte-americana em Cuba. Preso desde 2002 sem que os Estados Unidos o tenham sequer acusado formalmente, Slahi começou a escrever um diário depois de três anos encarcerado. Após ler sobre os horrores que o mauritano passou, sua advogada, Hina Shamsi, o incentivou a continuar a escrever. O manuscrito foi inicialmente classificado como documento secreto, mas depois de sete anos de batalha legal foi lançado com 2.600 tarjas pretas nos trechos censurados pelo governo norte-americano. Slahi descreve os tipos de tortura pelos quais passou: isolamento durante anos, roupas “recheadas” de gelo, ficar em pé ou em posições dolorosas durante horas, espancamentos, entre outras formas de violência. R$ 45 e R$ 30 (e-book).