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Mostra afro de arte contemporânea em São Paulo

Em cartaz até 30 de agosto no Museu Afro Brasil. Confira essa e outras atrações

André Velozo / Divulgação

Até 30 de agosto, o Museu Afro Brasil, em São Paulo, promove a maior mostra de arte contemporânea africana já realizada no país. Com instalações, pinturas, esculturas, vídeos e moda, a exposição Africa Africans apresenta cerca de 100 obras que traçam um panorama da recente criação visual de vários países daquele continente. Um dos destaques é a instalação The British Library, do artista nigeriano-britânico Yinka Shonibare MBE, composta por 6.225 livros encapados com tecidos africanos que refletem questões ligadas ao colonialismo, pós-colonialismo, identidade, deslocamento e refúgio. De terça a domingo, das 10h às 18h, no Parque Ibirapuera.

Informações: (11) 3320-8900. Grátis.

Mulher e fé

Noivas Paulista

Na exposição Fé Menina, em cartaz até o dia 31 de julho na Imã Foto Galeria, em São Paulo, a fotógrafa Nair Benedicto faz um retrato da mulher brasileira da década de 1970 até os dias atuais. Com curadoria de Egberto Nogueira, a mostra traz uma coletânea de imagens que traçam um perfil da condição feminina: em prisões, passeatas, aldeias indígenas ou no carnaval, Nair dá voz às mulheres e mostra que, apesar de a discriminação de gênero ainda ser uma realidade, elas vêm conquistando cada vez mais seu espaço na sociedade. De segunda a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 17h, na Rua Fradique Coutinho, 1.239, na Vila Madalena, (11) 3816-1290. Grátis.

Mestre siba

Música e protesto

Depois de passar pelos grupos Mestre Ambrósio e A Fuloresta, Siba lança seu segundo álbum solo, De Baile Solto (YB Music). As dez músicas autorais trazem jogos de palavras, crítica social e ritmos de rua e de raiz de sua terra natal, Pernambuco. Em Marcha Macia, ele provoca: “Passar no caixa, voltar sempre, comprar mais/ Que bom ser parte da maquinaria!/ Teremos muros, grades, vidros e portões/ Mais exigências nas especificações/ Mais vigilância, muito menos exceções/ Que lindo acordo de cidadania!”. Embaladas por uma guitarra africana do Congo, as canções passeiam pela ciranda e pelo maracatu. De Baile Solto,assim como toda a discografia de Siba, pode ser baixada de graça em www.mundosiba.com.br.

Histórias de uma tribo

DivulgaçãoA nação que não esperou por Deus
Histórias de uma tribo

Diz uma lenda indígena que Deus criou o mundo e prometeu que voltaria no dia seguinte para entregar ferramentas para os povos. A única etnia que não esperou pelos utensílios foi a dos índios Kadiwéu, e por isso o Criador, com um forte sopro, lhes concedeu uma imensidão de terra onde viveriam e de onde tirariam seu sustento. E assim foi até que chegaram os pecuaristas. Quinze anos depois de ter feito o filme Brava Gente Brasileira com participação dos Kadiwéu, Lucia Murat lança o documentário A Nação que Não Esperou por Deus, que conta a história e os conflitos pelos quais a tribo vem passando. A cineasta acompanhou as transformações que o contato com a sociedade branca trouxe para a etnia: entre um filme e outro, chegaram até a tribo luz elétrica, televisão, cinco diferentes igrejas evangélicas, drogas, bebidas e assassinatos. “As reuniões que filmamos entre os Kadiwéu e os pecuaristas sobre a questão das terras e que estão apresentadas no documentário são reveladoras não somente da situação atual, mas dos preconceitos que se acumularam na história da conquista”, afirma Lucia. O filme estreia nos cinemas em 16 de julho.

complexo do alemao arte por toda parteArte em toda parte

Cidade de Deus, Complexo do Alemão/Penha, Grande Tijuca, Manguinhos, Providência, Rocinha e Vila Kennedy devem apresentar sua produção cultural durante um final de semana até agosto no Circuito Favela Criativa. Teatro, dança, música, moda, arte urbana, turismo, gastronomia, cultura popular, artes visuais e saraus são algumas das atividades previstas na programação, que tem o objetivo de divulgar e fazer circular a produção artística das favelas cariocas. Confira a programação completa em www.favelacriativa.rj.gov.br. Grátis.

Pesadelo em Guantánamocartaz A nação que não esperou por Deus

Tortura, humilhação, terror e desespero é o que descreve Mohamedou Ould Slahi em seu livro Diário de Guantánamo (Companhia das Letras, 464 págs.), primeiro relato feito de dentro da prisão militar norte-americana em Cuba. Preso desde 2002 sem que os Estados Unidos o tenham sequer acusado formalmente, Slahi começou a escrever um diário depois de três anos encarcerado. Após ler sobre os horrores que o mauritano passou, sua advogada, Hina Shamsi, o incentivou a continuar a escrever. O manuscrito foi inicialmente classificado como documento secreto, mas depois de sete anos de batalha legal foi lançado com 2.600 tarjas pretas nos trechos censurados pelo governo norte-americano. Slahi descreve os tipos de tortura pelos quais passou: isolamento durante anos, roupas “recheadas” de gelo, ficar em pé ou em posições dolorosas durante horas, espancamentos, entre outras formas de violência. R$ 45 e R$ 30 (e-book).