TVT

Novas mídias em movimento

Primeira concessão de canal aberto para uma entidade de trabalhadores, emissora completa três anos. E celebra, em programa especial, experiências que renovam a pauta jornalística do país

A TVT completou três anos no ar no último 23 de agosto e celebrou a data com um programa especial. A produção mostrou a comunicação progressista praticada pela TVT e por vários outros meios de comunicação. O canal é parceiro de pauta e conteúdos da Rede Brasil Atual, compondo um inovador projeto de comunicação liderado pelos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários de São Paulo e que reúne dezenas de entidades.

De acordo com Valter Sanches, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho, mantenedora da emissora, os trabalhadores são os construtores de uma nova comunicação no país. “O especial foi nossa homenagem a eles. Mostramos ainda como funciona o jornalismo colaborativo da TVT, que tem a participação dos cidadãos”, definiu Sanches. “O programa de aniversário foi apresentando como um show de reportagens e enalteceu diversas experiências de comunicação progressista”, disse a diretora de jornalismo da TVT, Nelma Salomão.

Dividida em seis blocos, a produção mostra a atuação dos movimentos sociais na construção da comunicação, TVs e rádios comunitárias, a diversidade de opiniões e abordagens no mundo dos blogs, ações de comunicação na periferia e as iniciativas de documentaristas independentes. Novas ferramentas de comunicação também foram destaque no especial, com apresentação de aplicativos da emissora, explicações sobre redes sociais e o papel desses instrumentos como forma de expressão e mobilização política e social.

O colunista da Revista do Brasil Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e professor de Jornalismo da USP, relata experiências de comunicação progressista em outros países. Entre elas, uma comunidade indígena que vive no extremo sul da Argentina e transmite sua cultura por meio de um programa de rádio – o que só foi possível depois da aprovação do novo marco regulatório das comunicações no governo da presidenta Cristina Kirchner. “Nessa questão estamos bem atrasados no Brasil”, afirma a diretora de jornalismo Nelma Salomão.

Participaram também do programa o ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, Franklin Martins; a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Rosane Bertotti; a ex-deputada e autora da lei que criou as rádios e TVs comunitárias no Brasil, Irma Passoni; o jornalista e professor da Universidade de Brasília Venício Lima; e o ativista cultural Sérgio Vaz, da Cooperifa, cooperativa que divulga cultura e faz comunicação progressista na periferia paulistana.