Editorial

Sociedade garante a vitória da democracia

paulo pinto/fotos públicas Hora de pensar no Brasil e em seu desenvolvimento. Por reformas e mudanças, sim, com participação social. Golpe, nunca mais Aliados e movimentos sociais entraram com firmeza […]

paulo pinto/fotos públicas

Hora de pensar no Brasil e em seu desenvolvimento. Por reformas e mudanças, sim, com participação social. Golpe, nunca mais

Aliados e movimentos sociais entraram com firmeza na guerra da informação e foram decisivos na apertada vitória de Dilma Rousseff nas eleições. Mas uma parte da oposição, embora tenha perdido, parece achar que levou. Vozes mais exaltadas contestam o resultado legítimo das urnas. Esquecem de valorizar a democracia reconquistada com tanta dificuldade e dos passos dados nesse processo.

O Brasil teve apenas 21 eleições diretas para presidente da República. Sete foram nos últimos 25 anos. As quatro últimas optaram por uma visão de governo que, mesmo com erros, priorizou políticas públicas, distribuição de renda, justiça social. Há ainda muito o que fazer nesse sentido.

É lamentável – mas não surpreendente – que um jornal de grande circulação, adepto do golpe de 1964 e tradicional adversário de governos populares, divida o resultado eleitoral entre setor produtivo e beneficiários de políticas públicas. Alguns foram além e tentaram vender a ideia de que o Brasil se dividiu. Os votos da chapa vencedora se distribuíram pelo país – teve tantos votos no Nordeste como no Sudeste, e não só em regiões pobres. Bem informados, ao contrário do que chegou a dizer um ex-presidente, os cidadãos votam em quem lhes garante melhores condições de vida. E naqueles que acreditam ser mais capazes de manter programas sociais, de governar para a maioria. Ou, simplesmente, em candidatos com quem se identificam. A isso se chama opção política. E todo voto deve ser respeitado e valorizado.

Agora, enquanto alguns tentam um terceiro turno, negam o diálogo e invocam ações intervencionistas, é momento de identificar prioridades e problemas. De buscar medidas que façam o país retomar o crescimento. De ouvir mais toda a sociedade: empresários, sindicalistas, movimentos sociais, partidos, aliados e da oposição. Pensar no Brasil e em seu desenvolvimento. Por reformas e mudanças, sim, com participação social. Golpe, nunca mais.