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Um banquinho, uma guitarra

paulo pepe Sergio Baptista Coelho toca nas ruas de São Paulo Sergio Baptista Coelho começou a tocar aos 15 anos. Os pais não punham fé. Preferiam que levasse adiante o […]

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Sergio Baptista Coelho toca nas ruas de São Paulo

Sergio Baptista Coelho começou a tocar aos 15 anos. Os pais não punham fé. Preferiam que levasse adiante o curso de Eletrotécnica. Mas desde que ouviu pela primeira vez os discos de Brenda Lee e Elvis Presley, Sergio Bap já sabia o que queria da vida. Ele prefere mostrar o trabalho ao público eclético das ruas a aceitar os baixos cachês pagos nos bares e bailes. Depois de anos em calçadas cariocas, iniciou turnê em São Paulo. No último dia 24 de maio, estava com seu banquinho, a caixa de som e uma guitarra Fender branca, aos “pés” do imponente prédio da Bolsa de Valores de São Paulo, no Largo do Café. Direto da Cidade Maravilhosa para a Terra da Garoa, o bluesman quer se mudar de vez.

“Nós deveríamos nos mobilizar para conseguir cachês dignos. Prefiro trabalhar debaixo de sol e chuva a tocar de madrugada por tão pouco. Escolhi ser músico de rua e não me arrependo”, afirma. Bap gravou sete discos, que vende durante as apresentações. Calcula que desde o primeiro disco, produzido em 1997 e na época distribuído em fitas cassete, vendeu cerca de 40 mil cópias. Sola com estilo. A intimidade com as cordas lhe confere autoridade para dedilhar clássicos de Eric Clapton, Santana, BB King, Stevie Ray Vaughan e outros deuses. E, se nem todo mundo desembolsa os 15 reais por um CD, olhares de espanto e prazer do público já lhe bastam para alimentar o sonho de montar uma banda. Enquanto isso, palmas para Sergio Bap.