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Para refrescar as idéias

Foz do Iguaçu é ponto de encontro de Brasil, Argentina e Paraguai, habitat de muitos povos, patrimônio natural da humanidade e diversão certa para quem procura sossego ou aventura

Adilson Borges/parque nacional do iguaçu/ibama

Passeio de barco até o salto do Macuco

Chegar a Foz do Iguaçu de avião é como flutuar sobre um imenso tapete verde. Lá embaixo, depois de cruzar a porta do aeroporto, a impressão inicial prevalece. Chama também a atenção que uma região tão bonita do país seja tão pouco visitada por brasileiros. Os estrangeiros transformam o lugar em uma Babel. Tudo a ver com essa cidade do extremo oeste do Paraná, de pouco mais de 300 mil moradores, entre eles descendentes de italianos, alemães, libaneses, argentinos, paraguaios, chineses, ucranianos e japoneses. O clima é subtropical úmido mesotérmico. Em bom português: verões quentíssimos e invernos gelados. Os roteiros de Foz são freqüentados por todas as idades. Diversão pura, com aulas a céu aberto sobre fauna e flora.

Um passeio imperdível é o do Macuco. A aventura começa com uma pequena caminhada no Parque Nacional do Iguaçu até o salto do Macuco – uma queda d’água de 20 metros de altura. Ali os turistas entram em um jipe elétrico com visual militar, não-poluente, silencioso e percorrem três quilômetros selva adentro. Os sons emitidos pelos animais aguçam a curiosidade quanto à sua origem em meio à densa mata nativa. Lá pelas tantas, o carro pára e começa a caminhada até o Rio Iguaçu. Só isso já pode parecer muito para quem está habituado à vida cinzenta e barulhenta da cidade. Mas a emoção começa mesmo em um barco bimotor que espera no leito do rio. Crianças e adultos acomodam-se com capas de chuva e coletes salva-vidas. A medida de segurança parece desnecessária diante da serenidade das águas, que dura até a primeira curva.

Aí, a embarcação já começa a ser jogada aqui e ali em busca de aventura pelo cânion que conduz até as cataratas. Da Garganta do Diabo, bem diante dos olhos, brota uma pequena chuva. O condutor desvia a rota do barco. Enquanto se tem a impressão de que a emoção ficou para trás, o piloto e o cinegrafista que registra o passeio vestem uma grossa capa de chuva. E logo se sabe por quê. O bimotor avança contra a cachoeira. É de perder o fôlego. Pena que seja impossível manter os olhos abertos. Quem tem mais sede de aventura pode fazer esse mesmo caminho com botes infláveis impulsionados por remos, o famoso rafting, do qual nem mesmo os remadores de primeira viagem se arrependem.

Depois de ver as cataratas pelo rio, chega a hora de conhecê-las do alto. Pouco antes de o Iguaçu encontrar o Rio Paraná, existem 275 saltos com altura média de 60 metros. Destes, 19 são muito grandes – três no lado brasileiro e o restante no lado argentino. É preciso admitir: o lado dos hermanos é muito mais bonito.

Durante o passeio, aparecem surpresas aqui e ali. Pássaros, lagartos e até jacarés vez por outra se deixam fotografar. Os quatis são presença constante. Parecidos com os animais do filme Os Sem-Floresta – em que bichos passam a correr atrás de comida dos homens depois que a floresta deu lugar a um condomínio –, eles adoram roubar salgadinhos e tomam até refrigerante. São meigos e fazem a festa com a criançada. Outra presença constante no passeio são as borboletas. Incontáveis espécies. Elas chegam a grudar na pele para se alimentar de suor – tem gosto para tudo.

Parte da viagem pelo lado argentino é feita a bordo de um trem charmoso que percorre sete quilômetros – um alívio para quem não pára de andar em busca de novidades. Na Argentina, só tem um problema: tudo é muito caro. Ao lado da estação de trem, um picolé é vendido por 10 reais.

cataratas

De volta a Foz do Iguaçu, um roteiro que não exige muita caminhada é o Parque das Aves – são cerca de 150 espécies do Brasil, da Austrália, da África e da Ásia. Os viveiros são gigantes, tão grandes que o visitante nem se dá conta de estar lá dentro. Alguns pássaros se deixam acariciar. No parque, pode-se conhecer o casuar – ave que emite um som semelhante ao de uma onça. Ali vivem também flamingos, um urubu-rei, papagaios ameaçados de extinção e borboletas de 25 espécies. Sem contar jacarés, sucuris, jibóias e os sagüis (faça um passeio virtual: www.parquedasaves.com.br).

Quem tem mais “bala na agulha” pode arriscar um passeio de iate pelos rios Iguaçu e Paraná, ou ir ao cassino no lado argentino, ou fazer compras na vizinha Ciudad del Este, no Paraguai. Fora da época de desova e reprodução, de outubro a março, as águas do Rio Paraná permitem aos mais sinceros pescadores encontrar grandes argumentos para suas histórias. Quem não tem paciência para tanto que preserve a disposição para a culinária local. Os pratos à base de pescado – especialmente o dourado assado – fazem bastante sucesso.

Saiba mais
Telefone:
0800-451516
www.fozdoiguacu.pr.gov.br – www.portalfoz.com.br

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